segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Brasil propõe criação de plataforma única para gestão da agropecuária das Américas

Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu

Criar uma plataforma única de gestão agropecuária entre todos os países das Américas foi a medida defendida pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, na Reunião Interamericana de Serviços Nacionais de Sanidade Animal, Vegetal e Inocuidade dos Alimentos frente aos Desafios do Comércio Internacional, no Palácio Itamaraty, em Brasília.

A Ministra Kátia Abreu explicou que com a unificação do sistema entre os países seria possível dar mais transparência e segurança à produção de alimentos:

“Significa o controle de trânsito e de procedimentos dos produtos na área animal e vegetal. Isso traz mais segurança e mais transparência aos produtos. Não significa que o Brasil queira impor a sua plataforma. Nós queremos contribuir com a nossa plataforma, mas sabemos que outros países, como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, também têm modelos interessantes, que poderiam trabalhar nessa cooperação, ou seja, pegar as boas experiências nessas plataformas online de todos os países e construir uma plataforma única, por exemplo, do rebanho bovino de todos os países. Seria um bom início. Seria um produto de muita facilidade para ter o controle de todos os animais das Américas.” Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para implantar uma plataforma única de gestão agropecuária, com dados e informações em tempo real sobre a origem e a saúde dos alimentos das Américas, é preciso investir na harmonização da análise de risco, a fim de controlar o trânsito e a sanidade dos produtos entre os países.
Kátia Abreu defende a padronização do comportamento de todos no combate a pragas e doenças no setor agropecuário:
“Harmonizar a análise de risco de alguns produtos ou de todos os produtos. Poderíamos começar com os produtos mais importantes do comércio desses países. Isso significa que deveremos listar os produtos de interesse, e aí a ciência, os pesquisadores e especialistas vão elaborar um padrão de análise de risco de como os países devem proceder diante de um risco comum. Imagine que nós estejamos falando de aftosa. Qual é o comportamento de um país A, B ou C? Nós queremos que esse comportamento, a atitude diante do risco desta natureza, seja similar ou idêntico entre países. Isso se chama Harmonização de Procedimentos em Análise de Risco. Isso seria um avanço enorme. Qual seria o ganho disso? Não só a padronização de comportamento no combate em si do problema, mas também a harmonização do comércio. As exigências diferentes um país para outro só dificultam o comércio. Essa harmonização facilita as importações e exportações entre países.”

O Brasil já possui a Plataforma de Gestão Agropecuária, que contém dados de produtos animais oriundos de 4 milhões de propriedades rurais. A ministra informou que o próximo passo do Governo vai ser a realização do cadastramento de produtos de origem vegetal. As propostas de Kátia Abreu foram apresentadas a representantes de 36 países americanos que participaram da reunião promovida pelo Ministério da Agricultura e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. O encontro teve como objetivo debater formas de harmonizar medidas sanitárias e fitossanitárias e ganhar competitividade no mercado global.

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