O governo norte-americano bloqueou a publicação de um relatório de 116 páginas com descrição detalhada das torturas praticadas em Guantánamo em relação a um prisioneiro, disseram advogados de defesa na quinta-feira.
"Submetemos 116 páginas em 10 entregas
separadas. O governo declarou que tudo isso é informação confidencial",
disse à Reuters o advogado de Zubaydah, Joe Margulies.
Depois de o relatório do Senado norte-americano sobre as torturas da
CIA ter sido divulgado em dezembro, o governo publicou apontamentos
feitos durante entrevistas pelos advogados do prisioneiro do Guantánamo
Majid Khan. O documento tinha 27 páginas com detalhes das torturas de
Khan.Khan disse que faltaram muitos pormenores das torturas ao relatório divulgado pelo Senado.
"Parece que a CIA mudou a sua atitude à ideia
de deixar prisioneiros falarem sobre as suas torturas", o advogado de
Khan, Wells Dixon, disse à Reuters.
O senador norte-americano Dianne Feinstein que naquela altura foi o
chefe do Comité de inteligência, divulgou um resumo do relatório de 480
páginas apesar de oposição da CIA e Casa Branca.Passado um mês depois de o resumo ter sido publicado, em janeiro de 2015, o governo norte-americano disse que introduziu novas regras em relação à informação confidencial que permitia publicar somente "declarações gerais sobre torturas" e "informações sobre condições de encarceramento".
A prisão de Guantánamo se localiza no território de Cuba. Agora, no auge do processo de reaproximação com os EUA, Cuba reclama a devolução do território de Guantánamo, liquidando consequentemente o centro de torturas.
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