quarta-feira, 23 de setembro de 2015

EUA por trás do conflito na fronteira entre Colômbia e Venezuela

No último dia 19 de agosto se intensificaram os conflitos na fronteira entre Colômbia e Venezuela quando um grupo de militares da Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela (Fanb) foi atacado por paramilitares colombianos no estado de Táchira. Desde então uma série de ações desestabilizadoras promovidas por grupos ligados ao narcotráfico e ao contrabando vêm inflamando as relações bilaterais.

Wikicommons
Membros da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal grupo terrorista paramilitar de extrema-direita da ColômbiaMembros da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal grupo terrorista paramilitar de extrema-direita da Colômbia
Os conflitos nesta região da fronteira entre os dois países são constantes, em função do narcotráfico e contrabando de alimentos, petróleo e medicamentos que fomentam o mercado negro nos dois países. Quem se fortalece com este tipo de comércio ilegal são as elites colombianas e venezuelanas que buscam, de diversas formas, desestabilizar o governo da Venezuela.

No entanto, os ataques paramilitares aumentaram às vésperas de um processo eleitoral na Venezuela, que começa em dezembro deste ano. Devido à gravidade da questão, o presidente Nicolás Maduro decretou Estado de Exceção em vários municípios do estado de Táchira e fechou as fronteiras até que a situação seja normalizada.

Em comunicado oficial o governo da Venezuela classifica a intensificação dos conflitos como mais uma tentativa de desestabilização política “orquestrada nos Estados Unidos e outros centros de poder imperialistas”.

A nota denuncia ainda o protagonismo da transacional Exxon Mobil (especializada na exploração de petróleo e gás), com sede nos Estados Unidos, nas tentativas de “romper a unidade latino-americana e do Caribe em seu processo de integração”.

Para o governo da Venezuela, não resta dúvidas de que os conflitos intensificados na fronteira são mais uma manobra das oligarquias dos dois países que tentam criar inimizade entre dois povos irmãos, como são os da Colômbia e Venezuela. “São as máfias organizadas com cúmplices políticos que têm força econômica para estabelecer os mecanismos perversos que permitem que um simples fenômeno de desequilíbrio em uma fronteira se transforme em conflito internacional de dimensões políticas, econômicas e sociais com consequências dramáticas para milhões de habitantes em ambos os lados da fronteira”, afirma o governo venezuelano.

Interesse em prejudicar os Diálogos de Paz 

O fim dos conflitos internos da Colômbia é fundamental para a soberania e o fortalecimento da integração latino-americana. Isso porque, o país ainda é usado como “argumento” pelos os Estados Unidos para justificar sua presença militar no continente. Porém, as elites colombianas, financiadas pelos interesses imperialistas, buscam desestabilizar este processo de paz por diversas vias.

A Venezuela é um dos Estados responsáveis por mediar o processo de paz em Havana, com isso atinge os interesses de grupos colombianos ligados ao paramilitarismo, ao ex-presidente Álvaro Uribe e a setores das forças armadas. Sendo assim, este é também um dos motivos que leva as máfias colombianas e venezuelanas – envolvidas com contrabando e narcotráfico – ligadas aos setores reacionários dos dois países a fomentar os conflitos fronteiriços e tentar desestabilizar o governo da Venezuela.

Acordo de paz no Equador

Nesta terça-feira (21), os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, se encontraram no Equador para debater o problema e buscar soluções. A reunião foi promovida pela Celac e Unasul.

A reunião entre Maduro e Santos foi convocada pelos presidentes pró-tempores da Celac, Rafael Correa (Equador) e da Unasul, Tabaré Vázquez (Uruguai) 
Os chefes de estado estabeleceram sete pontos de acordo: 

Retorno imediato dos embaixadores da Colômbia e Venezuela às respectivas sedes consulares;

Impulso progressivo da normalização da fronteira;

Promoção da coexistência harmônica entre modelos econômicos, políticos e sociais de cada país;

Investigação conjunta dos conflitos na fronteira;

Reunião de gabinetes ministeriais nesta quarta-feira (23), em Caracas;

Manter o acompanhamento de delegações do Equador e Uruguai (presidências pro-tempore da Celac e Unasul);

Fortalecimento do diálogo bilateral.
 
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