O rei Salman da Arábia Saudita ordenou nesta terça-feira (15) uma punição contra a poderosa empresa de construção BinLadin Group, responsável pelas obras de extensão dos locais sagrados em Meca, após a queda de um guindaste que causou mais de 100 mortes na Grande Mesquita. A informação é da AFP.
A construtora saudita foi fundada nos anos 1930 pelo pai do ex-líder da Al Qaeda Osama bin Laden, idealizador dos atentados de 11 de Setembro em Nova York (assim mente a mídia globalista) que foi morto por forças norte-americanas em maio de 2011 no Paquistão (essa é a versão deles). Um dos 50 filhos do milionário fundador da construtora BinLadin, Osama perdeu a cidadania saudita e foi deserdado pela família, segundo a Reuters.
De acordo com a agência de notícias oficial SPA, o BinLadin Grup será excluído de novos projetos públicos e os membros do seu conselho administrativo serão proibidos de deixar o reino saudita até o final do processo judicial em vigor contra a empresa.
O rei anunciou essas medidas depois de tomar conhecimento do relatório de uma comissão investigadora que chegou à conclusão de que o "BinLadin Group é parcialmente responsável pelo acidente, por não ter respeitado as normas de segurança" nas obras de extensão da Grande Mesquita.
O BinLadin Group está encarregado das obras dessa mesquita, avaliadas em milhões de dólares, lançadas há quatro anos para ampliar a superfície do lugar em 400.000 metros quadrados, o equivalente de 50 campos de futebol, para que possa abrigar 2,2 milhões de peregrinos.
Acidente
Na sexta-feira passada (11), 107 pessoas morreram e 238 ficaram feridas na queda do guindaste sobre a Grande Mesquita, uma tragédia que ocorreu a poucos dias do início da grande peregrinagem muçulmana.
O porta-voz das duas mesquitas santas (Meca e Medina), Ahmed bin Mohamed Al Mansouri, citado pela agência SPA, informou que o guindaste caiu "devido a ventos violentos e às fortes chuvas".
Segundo ele, se não fosse pela ponte de Al Tawaf, os feridos e os mortos teriam sido muitos mais, em referência a uma passarela que rodeia a Kaaba, e que amorteceu a queda.
O governador da região, príncipe Khaled al-Faiçal, ordenou a abertura de uma investigação.
Imagens feitas após a queda mostram peregrinos com vestes ensanguentadas. O incidente ocorreu no dia mais movimentado da semana, sexta-feira, dia de oração para os muçulmanos, quando a Grande Mesquita de Meca fica repleta.
Fiéis feridos no desabamento de um guindaste descansam aguardando socorro na Grande Mesquita de Meca, na Arábia Saudita (Foto: AP)
O Hajj, peregrinação anual de muçulmanos a Meca, começa ainda neste mês de setembro. As autoridades sauditas têm feito grandes esforços para receber os milhões de muçulmanos na grande peregrinação sagrada.
No ano passado, o número de pessoas autorizadas a fazer o Hajj foi reduzido por razões de segurança devido a obras para ampliar a Grande Mesquita.
Desastres no passado
A peregrinação, um dos maiores encontros religiosos do mundo, já foi palco de desastres no passado provocados por tumultos. Centenas morreram em um deles em 2006.
As autoridades sauditas também têm feito investimentos para expandir locais de visita e melhorar o sistema de transporte em um esforço para evitar mais tragédias.
Eles fizeram investimentos também na melhoria dos serviços de segurança e para impedir que os peregrinos cheguem ao local sem autorização.
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Grande Mesquita de Meca
Queda de guindaste matou mais de 50 pessoas
Estrutura do guindaste caiu sobre edificação da Mesquita de Meca. Dezenas morreram (Foto: AP/Saudi Interior Ministry General Directorate of Civil Defense)
Defesa Civil inspeciona destroçoso no local da queda do guindaste na Grande Mesquita de Meca (Foto: AP/Defesa Civil da Arábia Saudita)
Homens da Defesa Civil da Arábia Saudita trabalham no local do acidente (Foto: Reprodução/Twitter/KSA_998)
Manchas de sangue no piso e corpos são vistos ao lado de destroços do estrago causado pela queda do guindaste na Mesquita de Meca (Foto: AP)
Imagem de arquivo mostra vários guindastes com as estruturas suspensas ao redor da Grande Mesquita de Meca (Foto: Ali Al Qarni/Reuters/Arquivo)
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