Barack Obama
Foto: EPA
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A acreditar na informação publicada em sítios de notícias, o presidente
Barack Obama tenciona encerrar a missão diplomática no Vaticano. A que
se deve essa decisão?
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Na realidade, trata-se não do encerramento da embaixada, mas da sua
transferência. Presentemente, a embaixada americana no Vaticano está
situada no território de uma pequena villa isolada. Do ponto de vista da sua segurança, é muito complicado defendê-la de possíveis ataques terroristas.
Foi
precisamente por essa razão que se decidiu transferi-la para mais perto
da missão diplomática americana na República Italiana.
- Na sua opinião, a visita do presidente Vladimir Putin ao Vaticano influiu de algum modo na decisão dos EUA?
–
Considero que a decisão de transferência não está ligada de forma
alguma com o recente encontro do presidente Putin e do Papa Francisco.
Parece-me que foi tomada por razões práticas. Não obstante, isso deve
ser visto como um sinal de que os EUA querem “reformular” as suas
relações com o Vaticano. Na América, a Igreja Católica é constituída
predominantemente por conservadores. Eles não olham de forma muito
positiva para a política do presidente Obama, que reagiu desse modo à
hostilidade da parte da Igreja Católica.
– Compartilha
da opinião de James Nicholson, antigo embaixador dos EUA na Santa Sé,
que definiu esse acontecimento como um enorme passo atrás nas relações
diplomáticas entre o Vaticano e a América?
–
Penso que Nicholson exagera um pouco. Considero que se deve esperar do
novo Papa mudanças nas relações entre o Vaticano e os EUA. O Papa
Francisco é latino-americano, cujas ideias sobre os EUA, tal como entre a
maioria dos latino-americanos, diferem muito da visão dos seus
antecessores: os Papas Bento XVI e João Paulo II. O atual pontífice é
mais cético em relação aos Estados Unidos. Alguns até afirmam que ele
tem ideias antiamericanas. Considero que este fator, nos próximos meses e
anos, poderá influir, ou talvez já influa, nas relações entre o
Vaticano e os EUA. A transferência da embaixada não tem absolutamente
nada a ver com isso, mas pode ser um sinal importante. Repito: seria
mais sensato e “adequado” da parte dos EUA conservar uma embaixada à
parte junto da Santa Sé.
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