Considerado como o “maior olho da humanidade”, o super
telescópio que será construído na área do deserto do Atacama, no Chile,
servirá para buscar “vida fora do planeta Terra”.
A afirmação foi feita pelo diretor de operações do
Observatório de La Silla Paranal, no Chile, Andreas Kaufer, durante
Congresso Latino Americano de Astronomia realizado em Florianópolis. O
projeto do Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT) conta com um
“olho”, ou espelho de 39 metros de diamêtro. A construção deve consumir
cerca de 1,1 bilhão de euros e faz parte do consórcio ESO (European
Southern Observatory), do qual o Brasil faz parte.
“Será uma grande contribuição para a comunidade
científica internacional. Além de registramos aspectos muito superiores
aos observatórios atuais, o E-ELT pode e deverá buscar sinais concretos
de vida no Universo”, afirma Andreas. “E o futuro da Astronomia”.
13 países já assinaram termos de cooperação para a
construção do E-ELT no deserto do Atacama, considerada a melhor região
do planeta para observações astronômicas. A Espanha ainda deve aprovar a
união nos próximos meses, segundo Andreas. O Brasil assinou um acordo
em 2010 mas ainda conta com o projeto em tramitação na Câmara dos
Deputados. “Sabemos que o Poder Legislativo brasileiro conta com uma
série de comissões e conselhos que estão avaliando o tema, mas estamos
esperançosos que a decisão ocorra o mais rápido possível”, disse.
O aporte necessário para o Brasil ficaria em torno de R$
1,1 bilhão ao longo de onze anos. Enviado pela Casa Civil ao Congresso
Nacional em fevereiro deste ano, o projeto de decreto legislativo PDC
1287/2013 encontra-se em três comissões da Câmara dos Deputados: Ciência
e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI); Finanças e Tributação
(CFT); e Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC).
O ESO completou cinquenta anos de atividades com uma
série de observatórios no Chile. A organização composta por 14 países é
responsável por maior parte dos estudos “relevantes” na área de
astronomia, de acordo com Kaufer. “25% dos estudos realizados ali são
considerados extremamente importantes para a ciência”, disse. “Não
podemos atender a todos os pedidos pois temos mais requisições do que
noites disponíveis para observação”.
Segundo Kaufer, os observartórios do ESO seriam
responsáveis por pelo dez das grandes descobertas da ciência em meio
século. Entre elas, o movimento das estrelas na Via Láctea (estudo
realizado em 15 anos após mais de mil noites de observação), a detecção
em urânio e a determinação de idade de uma estrela e a primeira imagem
de um exoplaneta. “Ainda tivemos a demostração do universo em
aceleração, ou expansão, estudo que resultou no prêmio Nobel da Física
em 2011”, disse.
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