sábado, 17 de outubro de 2015

Fosfoetanolamina sintética cura o câncer, afirma pesquisador - E NINGUÉM se prontificou testar efetivamente a eficácia, segundo o mesmo (VIDEOS)


INSTITUIÇÕES COMO A FIOCRUZ, ANVISA, ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS E MÍDIA COMPRADA PELOS ILLUMINATI, ESTÃO TENTANDO ABAFAR E DESQUALIFICAR A DESCOBERTA DESTES HOMENS QUE COM ESMERO E ESTUDOS DIVERSOS, CONSEGUIRAM DESENVOLVER SUBSTÂNCIA SINTÉTICA CAPAZ DE CURAR O CÂNCER, SÓ POR NÃO QUEREREM ABRIR MÃO DA PATENTE DA DESCOBERTA. ESTA DOENÇA TÊM SIDO CAUSADA E POTENCIALIZADA PELAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS CONTAMINADOS, FLUORETAÇÃO DA ÁGUA, DESPEJO DE RASTROS QUÍMICOS SOBRE A HUMANIDADE E TRATAMENTOS INEFICAZES!!!!
CLARAMENTE, OS MALDITOS DO GOVERNO ESTÃO FAZENDO O JOGO DE INTERESSE DAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS, TAL QUAL OCORREU EM 1920, QUANDO O MÉDICO MÉDICO JOHN HOXSEY DESCOBRIU A CURA PARA O CÂNCER E FOI PERSEGUIDO E SUA DESCOBERTA ABAFADA E DESCREDENCIADA PELOS INTERESSES DOS PODEROSOS. OBSERVEM O VÍDEO ABAIXO:

 

NOS AJUDEM A DENUNCIAR MAIS ESTA TENTATIVA DE ESCONDER A VERDADE DE QUEM NECESSITA DESTE TRATAMENTO.



IVAN ALPHOLYTHE


VEJAM A MATÉRIA ABAIXO

Segundo o professor, há pelo menos 1,5 mil estudos em todo o mundo sobre o uso da substância entre teses de mestrado e doutorado

O professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, da Universidade de São Paulo (USP), acredita ter desenvolvido uma substância que pode curar o câncer. Ele coordenou por mais de 20 anos um estudo com a fosfoetanolamina sintética (a fosfoamina), que imita uma substância que já é presente no organismo humano e que sinaliza células cancerosas para a remoção delas pelo sistema imunológico.

“Não é uma panaceia nem dado em branco. Não é esperança placebo para ninguém. É uma substância idêntica à produzida pelo nosso organismo, só que em um alto nível de pureza e em grandes concentrações”, garantiu o pesquisador em entrevista na manhã desta sexta-feira (16).

 
Gilberto Orivaldo Chierice acredita ter criado a cápsula que cura o câncer

Chierice explica que essa substância é naturalmente produzida dentro das células de músculo longo e no fígado, no retículo endoplasmático, e o que ele fez foi sintetizar isso, em alto nível de pureza e em grande concentração, e encapsular. “Nosso organismo já fabrica a fosfoetanolamina com o mesmo propósito: nos defender durante todo o tempo de células que se diferenciam”.

Quando os estudos começaram, na década de 1990, um hospital da região, junto com o professor, pediram autorização ao Ministério da Saúde para experimentos. Foram feitos todos os protocolos. Os pacientes teriam que concordar e assinar um documento de que experimentariam uma substância em teste. Antes, porém, o pesquisador já havia aplicado a substância em animais. “Para nossa surpresa, a substância não produziu nos animais nenhum efeito tóxico nem nocivo. Isso nos animou muito”, contou.

Sobre a dosagem correta, o pesquisador fez questão de esclarecer que não é médico e que não tinha contato com os pacientes. “Foram os oncologistas que colocaram a quantidade da substância por dia para cada caso de paciente com câncer. Eles, os médicos, têm um equilíbrio que calcula ácido graxo no sangue e depois passa a dosagem correta da fosfoetanolamina sintética”, disse. E ainda continuou: “A área médica nunca foi explorada por nós. Meu papel foi sintetizar a produção da substância com altíssimo nível de pureza e alto rendimento, se não o custo seria muito elevado”.

Durante os anos em que havia um convênio com um hospital, o pesquisador conta que teve retorno positivo dos oncologistas que trabalhavam com a substância criada por ele. “Depois que o convênio terminou, e o hospital não quis continuar com o experimento, os médicos oncologistas mandavam os pacientes pegarem as cápsulas comigo. Comecei a distribuir. Só que isso chegou num voluma incontrolável”, afirmou.

Foto: Divulgação
Cápsulas de fosfoetanolamina sintética foram utilizadas por oncologistas em pacientes com câncer e deram retornos positivos, segundo o pesquisador

A polêmica ganhou maior proporção ainda quando uma portaria da universidade proibiu a distribuição até o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pacientes que tinham conhecimento dos estudos entraram na Justiça para obter as cápsulas. A distribuição continua gratuita, mas somente para quem conseguir uma liminar para a liberação.

Segundo o professor, há pelo menos 1,5 mil estudos em todo o mundo sobre o uso da substância entre teses de mestrado e doutorado. O professor, que tem a patente e a fórmula, alega que basta apenas um órgão governamental apoiá-lo que a substância poderia ser produzida em escala e continuar sendo distribuída gratuitamente.


Desabafo

“Não existe no mercado a substância com essa pureza e composição. Há médicos oncologistas com teses de mestrado e trabalhos publicados sobre a fosfoetanolamina sintética. Tudo isso está publicado. Há 8 ou 9 trabalhos internacionais sobre o mecanismo da substância. Sempre abri a minha pesquisa para quem quiser fazer junto. Ninguém chegou e falou que vai testar e dizer que não serve. Venham aqui comprovar que não funciona. Façam o que falta fazer. Eu não posso fazer dados clínicos. Não sou médico. A pesquisa de medicamentos é feita em várias partes. Segue todo um caminho até dizerem: ‘Não funciona’ ou ‘Funciona’. A Medicina tem que provar. E a fosfoetanolamina sintética é reconhecida por uma série de oncologistas do país. Se dependesse só de mim, eu já teria feito tudo”, disparou.


Nota da USP

Considerando a repercussão de notícias vinculadas na imprensa sobre a distribuição de fosfoetanolamina para fins medicamentosos no tratamento de câncer pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP), vimos a público apresentar os seguintes esclarecimentos:

A substância fosfoetanolamina foi estudada de forma independente pelo Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice, outrora ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros e já aposentado. Esses estudos independentes envolveram a metodologia de síntese da substância e contaram com a participação de outras pessoas, inclusive pessoas que não têm vínculo com a Universidade de São Paulo.

Chegou ao conhecimento do IQSC que algumas pessoas tiveram acesso à fosfoetanolamina produzida pelo citado docente (e por ele doada, em ato oriundo de decisão pessoal) e a utilizaram para fins medicamentosos.

Em vista da necessidade de se observar o que dispõe a legislação federal (lei no 6.360, de 23/09/1976 e regulamentações) sobre drogas com a finalidade medicamentosa ou sanitária, medicamentos, insumos farmacêuticos e seus correlatos, foi editada em junho de 2014 a Portaria IQSC 1389/2014 (clique aqui para ver a Portaria), que determina que tais tipos de substâncias só poderão ser produzidas e distribuídas pelos pesquisadores do IQSC mediante a prévia apresentação das devidas licenças e registros expedidos pelos órgãos competentes determinados na legislação (Ministério da Saúde e ANVISA).

A Portaria IQSC 1389/2014 não trata especificamente da fosfoetanolamina, mas sim de todas e quaisquer substâncias de caráter medicamentoso produzidas no IQSC. Essa Portaria apenas enfatiza a necessidade de cumprimento da legislação federal e não estabelece exigências ou condições adicionais àquelas já determinadas na lei.

Desde a edição da citada Portaria, o Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros não apresentou as licenças e registros que permitam a produção da fosfoetanolamina para fins medicamentosos. Sendo assim, a distribuição dessa substância fere a legislação federal.

A Universidade de São Paulo, ademais, não possui o acesso aos elementos técnico-científicos necessários para a produção da substância, cujo conhecimento é restrito ao docente aposentado e à sua equipe e é protegido por patentes (PI 0800463-3 e PI 0800460-9).

Cabe ressaltar que o IQSC não dispõe de dados sobre a eficácia da fosfoetanolamina no tratamento dos diferentes tipos de câncer em seres humanos – até porque não temos conhecimento da existência de controle clínico das pessoas que consumiram a substância – e não dispõe de médico para orientar e prescrever a utilização da referida substância. Em caráter excepcional, o IQSC está produzindo e fornecendo a fosfoetanolamina em atendimento a demandas judiciais individuais. Ainda que a entrega seja realizada por demanda judicial, ela não é acompanhada de bula ou informações sobre eventuais contraindicações e efeitos colaterais.

Destaca-se também que a Portaria IQSC 1389/2014 não proíbe a realização de pesquisas em laboratório com a fosfoetanolamina ou com qualquer outra substância com potencial propriedade medicamentosa, sendo que quando as pesquisas envolverem estudos em animais ou seres humanos deve ser observada a respectiva legislação federal, como a Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

O Instituto de Química de São Carlos lamenta quaisquer inconvenientes causados às pessoas que pretendiam fazer uso da fosfoetanolamina com finalidade medicamentosa. Porém o IQSC não pode se abster do cumprimento da legislação brasileira e de cuidar para que os frutos das pesquisas aqui realizadas cheguem à sociedade na forma de produtos comprovadamente seguros e eficazes.

FONTE:
http://www.sitemantenopolis.com.br/fosfoetanolamina-sintetica-cura-o-cancer-afirma-pesquisador/


http://fosfoamina.wix.com/cura#!videos-depoimentos/br7o3



VEJAM O QUE A REVISTA ÉPOCA, DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO, TENTANDO DESQUALIFICAR A DESCOBERTA, AFIRMA:

Fosfoetanolamina sintética: a oferta de um milagre contra o câncer

Um químico afirma ter encontrado a cura do câncer, mesmo sem ter provas. E sugere aos pacientes que larguem outros tratamentos

O administrador de empresas Oswaldo Luiz Silva Neto, de 61 anos, mora a dois quarteirões do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, na capital paulista, uma referência no tratamento da doença. Mas viajou 240 quilômetros, em direção a São Carlos, no interior do Estado, para buscar ajuda. Desde que descobriu um tumor de 3,8 centímetros no esôfago, no fim de setembro, Silva Neto vasculha a internet em busca de informações sobre a doença. Encontrou notícias e grupos em redes sociais a respeito de uma substância que tem o poder, segundo seus defensores, de fazer tumores regredirem. Alguns a apelidaram de “fosfo” (mais fácil de dizer que fosfoetanolamina sintética).

Ela é fabricada num laboratório do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) no campus de São Carlos, para onde Silva Neto viajou na quinta-feira passada. Seu médico, na capital, recomendou cirurgia. Com sorte, pode bastar para livrá-lo da doença, já que o tumor não se espalhou. Depois de ler relatos quase milagrosos de gente com câncer terminal que vive anos à base da fosfo, Silva Neto decidiu tentar a sorte. “Quero tomar esse remédio e evitar uma cirurgia. Enquanto espero marcarem a operação, vou tomando. Se o tumor regredir, posso optar por não fazê-la”, diz. O médico dele, sua irmã, que é médica, e a mulher, também da área da saúde, não sabiam de sua viagem a São Carlos. Ele sabe que a decisão é controversa.

A fábrica improvisada das cápsulas azuis e brancas, que se tornaram famosas no boca a boca, fica no pequeno laboratório do Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros. Um único funcionário da USP é encarregado de produzi-las. No início dos anos 1990, a fosfo despertou a atenção do então coordenador do laboratório, o químico paulista Gilberto Orivaldo Chierice, de 72 anos, hoje professor aposentado. “Acho que é uma cura para o câncer”, diz Chierice, descascando o fumo de corda que usaria no cigarro que segurou durante toda a entrevista a ÉPOCA.

>> Jedd Wolchok: "O futuro do tratamento do câncer é personalizado"
POLÊMICO
O químico Gilberto Chierice no laboratório de sua empresa. Ele diz ter descoberto a cura do câncer (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)

Seria uma notícia extraordinária, não houvesse um grande problema. A substância nunca passou das etapas mais básicas de pesquisa: alguns estudos feitos com camundongos e células humanas, cultivadas em placas de laboratório e transferidas para roedores. São estágios muito iniciais de avaliação, insuficientes para assegurar sua eficácia e afastar possíveis riscos à saúde (leia o quadro abaixo). Em 1996, o Instituto de Química firmou um convênio com o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, para estudar “novas moléculas para disfunções celulares”. Mas o hospital não tem registro de estudo com a fosfo. Nunca foram feitos testes clínicos da substância, em um grande número de pacientes, sob o controle de médicos e pesquisadores. Testes assim são fundamentais e exigidos por leis para que um composto seja considerado medicamento. É um padrão internacional. A fosfo não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitárianem pode ser distribuída ou vendida como remédio no Brasil. Mesmo assim, por razões que a USP não explica, a fosfo era distribuída abertamente, há mais de 20 anos, às portas do Instituto de Química em São Carlos, para pacientes em busca da “cura” do câncer. “Não estamos autorizados a falar sobre isso”, diz Helena Ferrari, assistente de direção da unidade. Questionada pela reportagem, a reitoria da USP não tinha explicação para o ocorrido, até a tarde de sexta-feira. Em uma nota, a USP concorda que a fosfo não é um medicamento reconhecido e afirma estar verificando “o possível envolvimento de docentes ou funcionários na difusão desse tipo de informação incorreta”.


Na semana passada, Helena e o vice-­diretor do Instituto de Química, Éder Cavalheiro, tentavam controlar, sob as vistas da Polícia Militar, cerca de 20 pessoas que se aglomeravam na frente do Instituto em busca das cápsulas. Vários vinham de outros Estados, como Paraná e Minas Gerais. A procura aumentou desde que a história ganhou destaque no noticiário, na semana passada. A distribuição, que estava proibida pela universidade desde junho de 2014, foi liberada provisoriamente (até julgamento) por uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

A decisão, de 6 de outubro, abre a possibilidade de pacientes de câncer terem direito de acesso à fosfo. Centenas já haviam requerido acesso, negado, pelo desembargador José Renato Nalini, no Tribunal de Justiça de São Paulo. O argumento era factual: “Não há nenhuma prova de que, em humanos, a substância reclamada, que não é um remédio, produza algum efeito no combate a doen­ças”. Desde o dia 6, pacientes que exigem a substância da universidade conseguem esse direito. “Dá para entender o que passa na cabeça do juiz numa hora dessas”, diz Fernando Aith, professor da Faculdade de Medicina da USP. “É o entendimento de que as pessoas merecem manter o direito à esperança.”

Tal esperança é alimentada por relatos de cura nas redes sociais. O debate guarda semelhança com uma crença religiosa. É compreensível, diante do medo causado por um diagnóstico de câncer. Nos casos em que os médicos informam que nada mais podem fazer, é natural que o paciente procure qualquer opção. A Sociedade Americana de Oncologia Clínica estima que 80% dos pacientes recorrem a um tratamento alternativo. O risco é quando pessoas com boas chances de recuperação abrem mão do tratamento-padrão para se arriscar em terapias não comprovadas. O paciente perde um tempo precioso de tratamento. E, nos grupos de discussão na internet, é disseminada a ideia de que a substância deve ser usada sozinha, não junto com tratamentos tradicionais, como a quimioterapia.


ESPERANÇA
O administrador Oswaldo Luiz Silva Neto, de 61 anos. Ele espera que a fosfo livre-o de uma cirurgia (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)

Chierice, o “pai” da fosfo, confirma essa orientação perigosa. “Em pacientes em quimioterapia não funciona porque o sistema de defesa do corpo deve estar fortalecido”, diz, sem ter nenhum estudo publicado que comprove a afirmação. Pesquisadores que publicaram estudos com Chierice discordam. O especialista em imunologia Durvanei Maria, do Instituto Butantan, testou a fosfo em animais e células humanas. Confia no potencial da substância como medicamento. Mas não recomenda seu uso antes que testes sejam feitos, nem acha que ela, caso vire remédio, deva substituir a quimioterapia.

"A abordagem de Chierice é de um milagreiro”, afirma o jornalista Alceu Castilho, de 45 anos. O pai dele morreu de câncer, em 2009, dois meses depois de descobrir a doença. Como o câncer estava em estágio avançado, os médicos haviam sugerido apenas cuidados paliativos, para dar conforto. O pai de Castilho quis tentar as cápsulas e recusou qualquer outro tipo de intervenção. “Ele teve um final de vida com muita dor”, diz Castilho. “Esse irresponsável está jogando com a esperança e a vida das pessoas.”

 
DÚVIDA
A analista fiscal Katia Pompilio, de 43 anos. Ela cogita parar a quimioterapia para usar a substância da USP (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)

Se a crença no poder de cura da fosfo é quase uma religião, Chierice é Deus para seus defensores. Ressalvas à falta de estudos da substância são tomadas como uma tentativa da “indústria” de esconder da população a descoberta da cura do câncer. Chierice é tratado como um abnegado e injustiçado. Filho de um fazendeiro de Rincão, São Paulo, estudou química na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. Fez mestrado e doutorado na mesma área, na USP. Nos anos 1970, virou professor da instituição em São Carlos. Agora aposentado, é dono de uma fábrica de impermeabilizante e de uma empresa que faz enxertos ósseos com um polímero, ambos produtos criados por ele. “Sempre quis ser médico”, diz Chierice. “Quando era criança, via aquela pessoa de avental para cá e para lá, pesquisando, e achava que todo pesquisador tinha de ser médico.” Chierice, a seu modo, nunca deixou a medicina de lado. E entende a gravidade do que faz. “Eu sabia que estava interferindo em recomendações médicas. Sempre pensei que, mais cedo ou mais tarde, seria preso por exercício ilegal da medicina”, afirma. “Mas, se eu não distribuir o remédio, quem pensaria nos cancerosos?”

A analista fiscal Katia Pompilio, de 43 anos, dirigiu mais de 200 quilômetros, na quinta-feira, de Osasco, onde mora, até São Carlos, com uma liminar da Justiça. Estava autorizada a pegar as cápsulas. Mas não conseguiu. Haviam acabado. Há um ano, Katia trata de um câncer de mama, seguindo o roteiro reconhecido: cirurgia, químio e radioterapia. Agora, considera parar o tratamento para tentar a fosfo. “Conheço casos de pessoas que pararam, tomaram a fosfo e melhoraram”, diz Katia. Ela considera a possibilidade de tentar a químio e a fosfo juntas. “O que você faria?”, diz, com lágrimas nos olhos.

Chierice conheceu a fosfo quando pesquisava substâncias que servissem para apontar o mineral cálcio nas soluções do laboratório. Leu estudos internacionais que mostravam a presença marcante de fosfo em células cancerígenas. Ficou intrigado e aventou a hipótese de a substância, produzida naturalmente pelo corpo, fazer parte de um sistema de defesa anticâncer do organismo. Em parceria com outros cientistas, publicou alguns estudos básicos, mas diz não ter conseguido despertar interesse de instituições capacitadas para fazer testes. “É preciso ter evidências e estudos adequados para comprovar para a comunidade científica e para o comitê de ética das instituições que você está lidando com algo relevante”, diz a farmacêutica Vilma Regina Martins, superintendente de pesquisa do hospital A.C. Camargo, em São Paulo. “Há milhares de substâncias que inibem a proliferação das células cancerígenas, mas 90% caem por terra (durante os testes clínicos).”

 
BUSCA
Pacientes e familiares na USP em São Carlos, à espera das cápsulas de fosfo. Na quinta-feira, dia 15, logo de manhã, as cápsulas haviam acabado (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)

Pesquisadores que trabalharam com Chierice não questionam seu caráter. Mas também reconhecem que os estudos são insuficientes. “O professor Gilberto é uma pessoa maravilhosa. Está pensando nos pacientes. Mas são necessários mais estudos”, diz o farmacêutico Adilson Kleber Ferreira. Ele pesquisou a ação anticâncer da fosfo no Butantan, com animais. “Existem milhares de outras substâncias em teste, com resultados tão bons ou melhores.”

Na quarta-feira, dia 14, Chierice foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com uma medalha. Viajou a convite do deputado estadual Marlon Santos (PDT-RS), que defende a fabricação da fosfo por uma empresa do governo gaúcho. O deputado é um médium e foi preso em 1998, por exercício ilegal da medicina, ao realizar cirurgias espirituais.

FONTE:
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