Entre os exemplares mais raros, em vias de extinção,
figuram sementes de miso, um ingrediente tradicional da culinária
japonesa, de castanha-do-brasil e de espécies raras de tomate-cereja. As
sementes destas e de outras plantas que engrossaram o depósito de
Spitsbergen serão arejadas, testadas quanto ao seu poder germinativo, e
substituídas por novas tantas.
A Rússia também participa
deste programa internacional importante, disse à Voz da Rússia o doutor
de ciências biológicas, Nikolai Dzyubenko:
“Trata-se de
uma reserva de diversidade genética para situações de emergência – uma
catástrofe universal, uma guerra termonuclear ou uma inundação de larga
escala. O depósito destas dimensões serve para abastecer a população da
Terra com víveres, roupa e medicamentos. A Rússia entregou para o mesmo
efeito cerca de 10 mil amostras segundo o princípio de “caixa negra” –
enviamos contentores com sementes selados, reservando-se o direito de
tê-los de volta. Isto quer dizer que as sementes não podem utilizadas
sem um consentimento do proprietário do acervo. Esse último se
responsabiliza pela conservação, mas não assume a responsabilidade pela
vida das plantas preservadas. Em determinada altura, temos de repor
essas amostras.”
Hoje em dia, praticamente todos os
Estados possuem seus respectivos bancos de sementes, os maiores dos
quais se encontram nos EUA, na China e na Rússia. O Instituto Nacional
Vavilov, da Rússia, conta com uma coleção de 300 mil tipos de sementes.
No Instituto de Estudos de Pergelissolo, da Yakútia, foi criado um
depósito federal no qual se armazenam 100 mil amostras.
Enquanto
isso, na ilha norueguesa foi construído um depósito espetacular sem
análogos “invulnerável” e extremamente seguro. Se encontra à altura de
130 metros acima do nível do mar, a 1.100 km do Pólo Norte. As paredes
do edifício são feitas de betão armado com a espessura de 1 metro. Além
disso, o depósito é munido de portas duplas com sensores e dispositivos
anti-explosão.
A temperatura no interior se mantém a
nível de 8 graus célsius negativos. E isto é muito importante por
sementes variarem em função de poder germinativo. Como se apurou, as
temperaturas baixas permanentes e a humidade permitem prolongar em
milhares de vezes a vida de embrião, sustenta o biólogo Vladimir
Murashev:
“Nas zonas de tundra, foram descobertas covas
de lêmingue com a idade de 10-15 mil anos. Estes animais tinham feito
reservas de plantas diversas. Depois de abertos os covis, lá foram
encontradas algumas sementes intactas que, posteriormente, germinaram
apesar da sua idade.”
O Banco Mundial de Grãos na ilha
de Spitsbergen já foi batizado de “Celeiro de Juízo Final”. O acervo
contém sementes de mais de 820 mil plantas cultivadas, podendo caber
nele cerca de 4,5 milhões tipos de grãos.
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