O secretário-geral da ONU disse nesta segunda-feira que crise pode ter implicações no tratado mundial sobre armas nucleares; Ucrânia desistiu de ser arsenal em 1994
O secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, alerta sobre impacto da crise na Ucrânia Foto: Shannon Stapleton / Reuters
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas
(ONU), Ban Ki-moon, alertou nesta segunda-feira que a crise na Ucrânia
pode ter profundas implicações para a integridade de um tratado mundial
concebido para evitar a disseminação de armas nucleares.
A Ucrânia desistiu de seu arsenal nuclear da era
soviética em 1994, conforme os termos do Memorando de Budapeste,
assinado em conjunto com Grã-Bretanha, Estados Unidos e Rússia. O
tratado deu garantias à soberania e integridade da Ucrânia em troca do
compromisso, uma vez cumprido, de desistir das armas nucleares do país.
No entanto, a Rússia se apoderou da região ucraniana da
Crimeia, cuja população é majoritariamente de origem russa, depois da
queda em fevereiro do presidente pró-russo da Ucrânia e de meses de
protestos em massa contra o governo.
Nesta segunda-feira, a Ucrânia ordenou que suas tropas
remanescentes deixem a Crimeia, depois que as forças russas invadiram
uma das últimas bases ucranianas nessa região do Mar Negro.
Os comentários de Ban sugerem a preocupação de que os
acontecimentos na Ucrânia possam fazer com que alguns países se tornem
mais relutantes em desistir de qualquer capacidade que possuam no âmbito
das armas nucleares, ou levar outros a buscar produzi-las.
Em um pronunciamento em uma cúpula sobre segurança
nuclear, em Haia, Ban disse que as garantias de segurança foram uma
condição essencial para a posterior adesão da Ucrânia ao Tratado de
Não-Proliferação Nuclear (TNP), de 1970 - o pacto antiarmas nucleares
firmado por 189 nações.
"No entanto, a credibilidade das garantias dadas à
Ucrânia no Memorando de Budapeste de 1994 foi seriamente abalada pelos
últimos acontecimentos", disse ele à cúpula, da qual participam líderes
de 53 países, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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