A resolução foi aprovada por 78 dos 100 deputados do Parlamento e será referendada em votação popular no próximo domingo
O
Conselho Superior (Parlamento regional) da Crimeia aprovou uma
declaração de independência da Ucrânia e reiterou seu desejo de se
incorporar à Rússia.
A resolução, que entraria em vigor logo após ser
aprovada, foi apoiada por 78 dos 100 deputados do Parlamento da rebelde
região autônoma ucraniana, segundo revelou um porta-voz do legislativo
para a agência russa RIA Novosti.
"Crimeia, como um Estado independente, se dirigirá à
Federação da Rússia depois do referendo (sobre a reunificação com esse
país) para propor a integração à Rússia na qualidade de um sujeito
federado", explicou o porta-voz.
O documento aprovada pelo Conselho Supremo da Crimeia
faz referência ao precedente do Kosovo para justificar sua decisão
unilateral.
A decisão, segundo o parlamento crimeano, levou "em
consideração a confirmação do tribunal internacional da ONU em relação
ao Kosovo, de 22 de julho de 2010, segundo a qual a declaração
unilateral da independência de uma parte de um Estado não viola as
normas do direito internacional".
A declaração diz que a independência da Crimeia deverá
ser referendada na votação popular convocada para domingo, consulta
declarada ilegal pelo governo central da Ucrânia.
Os crimeanos foram convocados às urnas para responder
duas perguntas: "Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia"
e "Você é a favor que se volte a colocar em vigor a Constituição da
Crimeia de 1992 e do status da Crimeia como parte da Ucrânia?".
O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra,
Yurii Klymenko, considerou "ilegítima" a declaração de independência da
Crimeia, assim como as aturoridades que aprovaram o documento. "(...) Os
líderes da Crimeia são ilegítimos, os legisladores são ilegítimos, e se
o corpo legislativo é ilegítimo, as resoluções que eles tomam são,
obviamente, ilegítimas", afirmou Klymenko em declarações à agência Efe.
A Crimeia, península banhada pelo Mar Negro, tem
2 milhões de habitantes, dois quais 60% são russos, 25% ucranianos e 12%
tártaros.
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