A
exposição ao bisfenol A (BPA), substância encontrada no plástico, pode
fazer mal à saúde e os níveis toleráveis de exposição deveriam ser
divididos em dez, advertiu na sexta-feira a Autoridade Europeia de
Segurança Alimmentar (EFSA), destacando que pode afetar, entre outros
órgãos, fígado, rins e glândulas mamárias.
"Nossos especialistas identificaram riscos para a saúde associados à
exposição de BPA", que é "suscetível de ter efeitos desfavoráveis nos
rins e no fígado, assim como efeitos na glândula mamária", anunciou a
EFSA em um informe intermediário, prévio a uma decisão final sobre o BPA
que planeja publicar em março.
Os "possíveis efeitos do BPA nos sistemas reprodutivo, nervoso,
imunológico, metabólico e cardiovascular, assim como no desenvolvimento
de câncer (...) poderiam constituir uma preocupação em potencial para a
saúde humana", embora "um vínculo entre o BPA e estes outros efeitos
sejam considerados improváveis", avaliou a agência.
Os especialistas recomendam, consequentemente, que "a dose diária
tolerável para o BPA seja rebaixada, de seu nível atual de 50 µg por kg
de peso corporal ao dia para 5 µg por kg". Este nível se estabeleceria
"em uma base provisória".
A EFSA explicou que "o risco sanitário para todos os grupos da
população é baixo, inclusive para o feto, bebês e crianças", vistos os
níveis reais de exposição dos consumidores a esta substância química,
presentes em muitos recipientes de alimentos.
Segundo Iona Pratt, presidente do grupo científico da EFSA sobre este
tema, "a exposição dos consumidores ao BPA é inferior" para esta nova
exposição provisória. "Os níveis atuais de exposição também são
inferiores" aos níveis que a agência quer reduzir, explicou à AFP o
porta-voz da EFSA, Steve Pagani.
Para terminar sua pesquisa, a EFSA fará uma consulta pública pela internet até 13 de março de 2014.
A EFSA tinha começado esta atualização das informações sobre o
bisfenol A em março de 2012, em meio a uma inquietação crescente dos
consumidores e das autoridades nacionais a respeito desta substância.
O BPA, também presente nos recibos de caixas eletrônicos, foi proibido na UE em mamadeiras em janeiro de 2011.
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