Sem
acordo sobre o texto do Marco Civil na Internet, o governo federal
ainda tenta fechar um acordo para votar a proposta na Câmara dos
Deputados, afirmou a ministra das Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, nesta segunda-feira.
O principal empecilho para a votação do projeto, que estabelece
princípios, garantias e direitos e deveres dos usuários, é a
discordância do PMDB, segunda maior bancada da Casa e protagonista de
uma crise política com o governo que contaminou parlamentares
insatisfeitos de outras legendas aliadas.
"Nós estamos conversando e vamos esperar", disse a ministra após
participar de uma reunião com o líder da bancada peemedebista na Câmara,
Eduardo Cunha (RJ), o vice-presidente da República, Michel Temer, e o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, interlocutor do governo para o
tema.
Ideli lembrou as recentes turbulências na Câmara por conta da
rebeldia de parte da base, que resultou em derrotas ao governo na semana
passada. O clima de instabilidade política também impediu que o Marco
Civil, que tranca a pauta desde o ano passado, fosse votado.
"Nós tivemos uma semana com bastante conturbação política. Vamos ter que ver como voltam as bancadas", avaliou a ministra.
Líderes da base devem discutir o assunto na manhã de terça-feira com
Ideli e também na reunião com todos os líderes de bancada e o presidente
da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
O PMDB discorda, principalmente, da chamada neutralidade da rede,
segundo a qual não pode haver diferença no tratamento do usuário por
parte dos provedores, nem privilégios de conteúdo ou aplicativos.
Cunha, aliás, apresentou na semana passada um texto alternativo ao
relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) defendido pelo governo.
Ele confirmou que ainda não há acordo, mas disse que precisa conversar
com a bancada para acertar se mantém sua posição.
O líder da bancada do PMDB não descartou, porém, a possibilidade de
retirar esse texto alternativo. "Foi uma conversa inconclusiva. Foi
troca de ideias que vai continuar amanhã (terça-feira)", afirmou.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello).
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