O presidente da
Anatel, João Rezende, admitiu, durante audiência na CPI da Espionagem,
nesta terça-feira (15), que existe vulnerabilidade na segurança dos
dados que trafegam pela internet no país, mas descartou cooperação de
empresas brasileiras com os Estados Unidos no esquema de espionagem.
Rezende
explicou que os contratos firmados pelas teles nacionais não preveem
envio de dados de clientes brasileiros para autoridades
norte-americanas.
"Todas as informações que foram trazidas à
Agência mostram que não há colaboração de empresas brasileiras com esse
processo de espionagem. Evidentemente que são dados que estão sendo
colhidos e analisados tanto pela Agência Nacional de Telecomunicações
quanto pela Polícia Federal. Do ponto de vista das respostas dadas pela
Agência, o sistema respeita todos os critérios de segurança e de gestão
da segurança da rede", disse.
O diretor de inteligência da
Polícia Federal, João Iegas, ouvido na mesma audiência, afirmou que o
inquérito aberto para investigar as denúncias não vai avançar sem o
depoimento do autor das denúncias, o ex-analista de inteligência do
governo norte americano, Edward Snowden. Iegas quer confirmar se houve
a violação dos dados e de que maneira o crime foi cometido.
"É
uma das vertentes, não que estejamos reféns da oitiva do Snowden. Mas
sem dúvida nenhuma é uma providência importante porque ele certamente
pode ter conhecimentos de alguns detalhes técnicos que facilitariam e
trariam novos elementos ao inquérito policia", observou Iegas.
Snowden
O
relator da CPI da Espionagem, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES),
confirmou para quinta-feira uma reunião com o embaixador da Rússia no
Brasil para tratar da oitiva de Edward Snowden. Ex-técnico da agência
de segurança americana, a NSA, Snowden revelou a existência de
programas secretos norte-americanos de interceptação de dados
eletrônicos e telefônicos em todo o mundo. Ferraço esclareceu que se a
CPI conseguir a autorização do governo russo para fazer uma
teleconferência com Edward Snowden terá a possibilidade de questioná-lo
diretamente, sobre os mecanismos e informações adicionais necessárias
para que as investigações possam evoluir.
A presidente da CPI,
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), destacou que a Comissão
Parlamentar de Inquérito da Espionagem vai apresentar um projeto de lei
para criar uma agência que reúna todos os envolvidos nos processos de
comunicação e informação.
FONTE:
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/10/16/presidente-da-anatel-internet-no-brasil-e-vulneravel-a-espionagem/
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