Collage: Voz da Rússia
Os “Protocolos dos Sábios de Sião” são uma das falsificações mais famosas. Já há mais de um século que essa brochura preocupa os habitantes do planeta. Durante a sua existência esse texto sobre a conspiração judaica mundial foi editado em tiragens de muitos milhões de exemplares e foi traduzido para muitas línguas.
Os editores apresentavam os “Protocolos” como sendo documentos reais, que alegadamente seriam os discursos escritos pelos participantes do Congresso Sionista realizado em Basiléia, na Suíça, em 1897. As discussões à volta desse embuste continuam até aos dias de hoje.
Os “Protocolos” foram publicados oficialmente pela primeira vez na Rússia em 1903 e em 1905. Os editores afirmavam que isso era uma tradução de um documento recebido de França.
Ambas as edições contêm 24 “protocolos” de pretensas verdadeiras reuniões clandestinas de representantes judaicos que discutiam a estratégia de tomada do poder no mundo. Ambas as edições contêm 24 “protocolos” de reuniões clandestinas, alegadamente reais, de representantes judaicos que discutiram a estratégia para a tomada do poder mundial. Segundo o texto, no final a dominação mundial deverá ficar nas mãos de um “rei de Israel”, descendente de David, nomeado por três “sábios”. O rei iria governar a humanidade de forma autocrática e em caso de morte, ou de doença grave, os “sábios” transfeririam o poder ao seu eleito subsequente.
Os dez primeiros “protocolos” descrevem o programa de destruição dos Estados cristãos. Segundo os planos dos conspiradores, os métodos mais eficazes para desmoronar a sociedade são: a propaganda das liberdades democráticas e dos direitos humanos, o suborno da imprensa, a imposição do culto do dinheiro, a instalação de monopólios, com a instigação de guerras econômicas, e o estímulo das atividades secretas da maçonaria.
Os conspiradores apelam à aceleração da corrida armamentista, ao favorecimento do crescimento dos exércitos e das polícias, à provocação guerras entre os países dos “góis” (gentios), à propaganda da anarquia, da permissividade e da depravação. A principal arma de destruição é a maçonaria, que nem desconfiam estarem na realidade predestinados a servir o estabelecimento de um “supergoverno” judaico.
Os 14 protocolos seguintes descrevem a transição para uma autocracia mundial e a nova organização do Estado. O texto termina com “notas” do tradutor, que explicam terem sido os “Protocolos dos Sábios de Sião” assinados por “representantes sionistas” anônimos e retirados em segredo do livro de protocolos que está arquivado no depósito da “Chancelaria Central de Sião” em França.
Logo no início se suspeitou que se tratava de uma fraude. Mas o texto dos protocolos obteve uma popularidade inesperada. O que havia nele que cativou os leitores?
Em primeiro lugar impressiona seu mistério sinistro. Já na Idade Média o fantasma de uma conspiração judaica perturbava a imaginação dos cristãos, ele estava associado à calúnia sobre o envenenamento pelos judeus dos poços por ordem dos anciãos de Istambul e de Jerusalém. Eram espalhados boatos sobre reuniões secretas dos rabinos para preparar assassinatos rituais.
Em Espanha e em Portugal, e mais tarde noutros países da Europa, as acusações foram gradualmente passando da religião para a política; nessa altura surgiu pela primeira vez a necessidade de criar falsificações que justificassem as perseguições aos judeus. Assim, na falsa correspondência de 1489 entre os rabinos de Istambul com os judeus espanhóis (Paris, 1583), os rabinos aconselhavam os seus correligionários espanhóis a ensinar aos filhos as profissões de comerciantes, médicos, farmacêuticos, sacerdotes, advogados, para prejudicar os cristãos e gradualmente subjugá-los.
A ideia de uma conspiração política dos judeus contra os Estados cristãos obteve atualidade depois da convocação do Sinédrio em 1807 por Napoleão I. A partir de 1860, os círculos reacionários da Alemanha vão desenvolvendo a ideia sobre um complô dos judeus e dos francos-maçons para em conjunto minarem as fundações do mundo cristão; ela foi mais tarde também adotada em França.
A ideia da conspiração judaica teve o seu “reflexo artístico” no romance “Biarritz – Roma” (1866-70) do escritor alemão H. Goedsche (pseudônimo Sir John Retcliffe), que se tornou numa das fontes diretas dos “Protocolos dos Sábios de Sião”. Ele descreve uma reunião secreta, junto à campa de um “santo rabino”, dos representantes das 12 Tribos de Israel que debateram os planos para a destruição da cristandade e para a fundação de um reino judaico.
A produção de falsificações, que mistificavam o leitor, era largamente difundida na Europa desde a segunda metade do século XVIII e no século XIX. Parte delas era fabricada com fins políticos. Como aconteceu com os “Protocolos dos Sábios de Sião”.
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