Em 2012, o governo da China manteve uma contínua campanha para hackear as redes de computadores do governo americano, na tentativa de obter detalhes sobre instalações militares e decisões políticas dos Estados Unidos, revelou o Pentágono em seu informe anual sobre o Exército chinês.
"A China está usando seus recursos de Exploração de Rede de Computadores (CNE, na sigla em inglês) para apoiar a coleta de material de inteligência contra os setores diplomático, econômico e de base industrial dos Estados Unidos que dão suporte aos programas da Defesa Nacional americana", aponta o texto enviado ao Congresso.
A CNE inclui habilitar ações e coletar dados de inteligência por meio de redes de computadores que exploram dados de sistemas de informação inimigos.
"Em 2012, vários sistemas de computadores ao redor do mundo, incluindo os do governo dos Estados Unidos, continuaram a ser alvo de invasões, algumas das quais parecem ser, diretamente, atribuíveis ao Exército e governo chineses", completou o relatório.
O documento do Pentágono é, até agora, a mais explícita declaração americana, acusando a China de ciberespionagem do governo e das empresas americanas.
Embora a administração Barack Obama tenha pedido à China para interromper o roubo de dados pela rede, funcionários do governo têm concentrado seus comentários no ataque às redes privadas de empresas, e não nas das agências oficiais.
Ainda segundo o relatório, as informações obtidas pela espionagem virtual podem beneficiar os setores de tecnologia e armamentos da China, assim como políticos interessados nas ideias e políticas de autoridades americanas sobre o Exército chinês e demais questões de interesse do país asiático.
A espionagem cibernética também pode ajudar os estrategistas do Exército chinês a "construir um quadro das redes de defesa e logística dos Estados Unidos e de recursos militares semelhantes que podem ser explorados durante uma crise", alertou o Departamento da Defesa.
"A China continua a promover investimentos estrangeiros, joint-ventures, intercâmbios acadêmicos, experiências de estudantes e pesquisadores repatriados, além de espionagem industrial e técnica patrocinada pelo Estado, para aumentar o nível de tecnologias e expertise disponível para apoiar pesquisa, desenvolvimento e aquisições militares", completou o relatório.
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