sábado, 18 de maio de 2013

Fisco do governo Obama sob fogo por perseguir grupos cristãos e conservadores


EXCELENTE MATÉRIA

Número 2 do Tesouro soube em junho do ano passado que havia uma investigação em andamento sobre a perseguição a grupos conservadores

A cúpula do governo de Barack Obama foi informada em junho do ano passado, a cinco meses da eleição presidencial, de que havia uma investigação em andamento sobre a prática do Fisco americano (Internal Revenue Service, IRS) de perseguir grupos conservadores que solicitaram isenção de impostos. A revelação foi feita nesta terça-feira por J. Russell George, inspetor-geral do Tesouro americano para administração de impostos. Em uma audiência na Câmara dos Representantes, ele disse ter informado o secretário-adjunto do Tesouro, Neal Wolin, sobre a investigação, mas não sobre seus resultados. Wolin, número dois do Tesouro e nomeado político de Obama, deverá testemunha na próxima semana no Congresso.
J. Russell George, inspetor-geral do tesouro dos Estados Unidos
A declaração de George complica ainda mais Obama, evidenciando que a máquina do governo foi usada para atingir inimigos políticos e comprovando que as investidas do IRS contra grupos de oposição eram de conhecimento do alto escalão.
Os "aloprados" de Obama se movimentaram com desenvoltura durante a campanha eleitoral. Para complicar a vida de organizações que supunham contrárias à reeleição de Obama, os fiscais as submetiam a penosos e absurdos escrutínios, o que acabava paralisando suas atividades. Em Iowa, por exemplo, um grupo contrário ao aborto foi solicitado a detalhar "o contédo de suas orações". Em Ohio, o Fisco levou 34 dias para processar as informações da fundação Barack H. Obama, mas levou até mais de um ano para fazer o mesmo por entidades conservadoras.
"Erros bobos" – Steven Miller, que cumpre seus últimos dias de trabalho depois de ter sido forçado a renunciar, também prestou esclarecimentos aos parlamentares. Ou melhor, o chefe demissionário irritou os congressistas, ao se negar a identificar quem são os responsáveis pela conduta irregular do órgão e ao defender, contra todas as evidências, que as irregularidades decorreram de falhas de gestão e não de interesses políticos. “Eu acho que o que aconteceu foram erros bobos cometidos por pessoas que tentavam realizar seu trabalho de modo mais eficiente”, disse Miller, que deixará o posto na próxima semana.
Tom Reed, republicano de Nova York, foi um dos que reclamou da postura de Miller. “É uma ofensa ouvir esse testemunho”. O próprio Miller soube da prática em maio do ano passado e, um mês depois, ele escreveu a um congressista para explicar o processo de revisão dos pedidos de isenção – sem mencionar que opositores eram tratados de forma diferente. Nesta sexta, ele disse que não enganou os parlamentares ao não falar sobre o assunto, apenas limitou-se a responder o que lhe foi perguntado. Defendeu ainda que o IRS teve problemas para analisar 70.000 solicitações de isenção de impostos recebidas nos últimos anos, e pediu recursos para que mais analistas sejam contratados. Em resposta, vários republicanos disseram que o Fisco deveria ser reduzido.
Substituto - Além de defender que os envolvidos no escândalo sejam responsabilizados, Obama também tenta demonstrar que não está inerte diante do problema com medidas inócuas. O presidente solicitou, por exemplo, que o substituto de Miller, Danny Werfel, faça uma “revisão completa” das atividades do IRS e lhe envie um relatório em 30 dias. Ele terá de informar sobre o que está sendo feito para responsabilizar os envolvidos e corrigir falhas. O Fisco está sendo alvo de uma investigação criminal aberta pelo Departamento de Justiça e de apurações conduzidas pelo Congresso.
Na terça-feira, o inspetor-geral divulgou um relatório de 54 páginas sobre as irregularidades do Fisco. O documento reconhece que era errado o critério de seleção usado para identificar as organizações que seriam alvo de escrutínio e culpa falhas de gestão. Segundo o relatório, mais da metade dos grupos que foram selecionados para fornecer mais informações tiveram de passar dados “desnecessários” como o nome de doares e “o tipo de conversas e discussões de membros e participantes” durante as reuniões da organização. O documento confirma que, ao longo de 18 meses, todos os grupos que tinham “tea party” e “patriotas” eram submetidos a revisões.
(Com agência Reuters)
Fonte: Revista Veja
Divulgação: www.juliosevero.com
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