terça-feira, 11 de setembro de 2018

Venezuela comunista: Continuam mortes por má nutrição ou doenças evitáveis

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou hoje que continuam as violações sociais e de direitos económicos na Venezuela, país onde têm ocorrido casos de mortes por má nutrição ou doenças evitáveis.


"Desde a publicação do nosso último relatório sobre a Venezuela, em junho, o gabinete continuou a receber informações sobre violações sociais e de direitos económicos - como os casos de mortes relacionadas com a má nutrição ou doenças evitáveis -, assim como de violações dos direitos civis e políticos, incluindo detenções arbitrárias, maus-tratos e restrições à liberdade de expressão", afirmou Michelle Bachelet.

A ex-Presidente do Chile fazia o seu primeiro discurso perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, por ocasião da 39.ª sessão daquele organismo.

"O governo não demonstrou abertura para medidas genuínas de responsabilidade sobre questões documentadas durante os protestos em massa de 2017 [contra o Presidente, Nicolás Maduro]", frisou aquela responsável da ONU.

Segundo Michelle Bachelet, enquanto começava a sessão daquele Conselho, aumentava "o crescente número de pessoas que fogem da Venezuela e da Nicarágua", o que, no seu entender "demonstra, uma vez mais, a necessidade de defender constantemente os direitos humanos".

"Sim, é urgente ajudar os Estados a resolver os muitos desafios levantados por tais movimentos [de pessoas]. Mas também é fundamental abordar as razões pelas quais as pessoas estão a sair. Em ambos os países, o gabinete insta o Conselho de Direitos Humanos a tomar todas as medidas disponíveis para enfrentar as graves violações de direitos humanos documentadas em relatórios recentes", apelou.

No caso da Venezuela, Michelle Bachelet disse estimar-se que até 01 de julho último "2,3 milhões de pessoas tenham fugido do país - cerca de 7% do total da população -- devido, em grande parte, à falta de alimentos ou de acesso a medicamentos e assistência médica crítica, insegurança e perseguição política".

"Este movimento está a acelerar. Na primeira semana de agosto, mais de 4.000 venezuelanos entraram diariamente no Equador. Em julho, durante três semanas, 50.000 venezuelanos teriam chegado à Colômbia e há relatórios de que 800 venezuelanos estão a entrar diariamente no Brasil", precisou.

Segundo Michelle Bachelet "o movimento transfronteiriço dessa magnitude é inédito na história recente das Américas e a vulnerabilidade de quem sai também aumentou", apontando "idosos, grávidas, crianças, incluindo menores não acompanhados, e pessoas com problemas de saúde".



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