terça-feira, 18 de setembro de 2018

Inteligência artificial substituirá médicos e enfermeiros em algumas funções em hospital britânico

Sistemas realizarão alguns trabalhos na tentativa de melhorar serviços e aumentar tempo dos profissionais com os pacientes


Médico analisa exames de imagem: sistemas de inteligência artificial podem ajudar ou mesmo realizar os diagnósticos- Shutterstock

RIO – Um dos maiores hospitais do Reino Unido vai usar sistemas de inteligência artificial (IA) para substituir médicos e enfermeiros em algumas funções, que incluem desde o diagnóstico de câncer em exames de tomografia à triagem de pacientes de emergência, informa nesta segunda-feira o jornal britânico “The Guardian”. O projeto experimental, com duração prevista de três anos, entre o hospital do University College London (UCL) e o Instituto Ala Turing visa principalmente melhorar os serviços da instituição enquanto libera os profissionais de saúde para passarem mais tempo com os pacientes. Mas a iniciativa também já está levantando preocupações com relação à privacidade e a segurança de suas informações e da instituição, assim como o papel destes mesmos profissionais dentro dela.

Segundo Bryan Williams, diretor de pesquisas da fundação responsável pela administração dos hospitais do UCL, a ideia é transformar o atendimento, e os resultados, dos pacientes de forma similar ao que empresas como Google e Amazon mudaram as relações de consumo.

- Isso deverá mudar o jogo – disse Williams ao “Guardian”. - Você poder pegar seu telefone e comprar uma passagem de avião, decidir que filme vai ver ou pedir uma pizza, e tudo isso envolve IA. No NHS (sigla em inglês para o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido), no entanto, não estamos nem perto de sermos tão sofisticados. Ainda enviamos cartas (aos pacientes), o que é incrível.

A parceria, na qual o UCL está investindo uma soma “considerável” não informada, tem como motivação a crença de que os sistemas de IA podem ser ensinados a diagnosticar doenças, identificar pessoas sob risco de ficar doentes ou melhor alocar recursos via processos de aprendizado de máquina. Desta forma, por exemplo, médicos e enfermeiros poderiam ser realocados para algumas enfermarias da mesma forma que o Uber direciona motoristas para áreas com maior demanda em determinadas horas do dia.

Assim, o primeiro projeto dentro da parceria tem como objetivo agilizar o atendimento no pronto-socorro do hospital, que assim como muitos no país não consegue cumprir a meta de tempo de espera máximo fixada pelo governo, de até quatro horas. Em março, apenas 76,4% dos pacientes que precisaram de atendimento de emergência nos prontos-socorros ingleses foram tratados em até quatro horas, a menor proporção desde que a espera começou a ser registrada, em 2010.

- Nosso desempenho este ano não atingiu a espera de quatro horas, o que de forma alguma é reflexo da dedicação e compromisso de nossos profissionais – destacou Marcel Levi, executivo-chefe do hospital, ao “Guardian”. - Isso é uma indicação de que algumas outras coisas ao longo de toda cadeia de fluxo dos pacientes de emergência para dentro e para fora do hospital estão erradas.

Assim, usando dados de milhares de atendimentos, um algoritmo de aprendizado de máquina poderia indicar, por exemplo, se um determinado paciente com sintomas em torno de uma dor abdominal na verdade tem um problema gravem como uma perfuração intestinal ou uma infecção sistêmica, apressando seu atendimento antes que sua condição se deteriore a ponto de se tornar crítica.

- Máquinas nunca vão substituir os médicos, mas o uso dos dados, da experiência e da tecnologia podem mudar radicalmente a maneira como administramos nossos serviços, e para melhor – disse Levi.

Outro projeto, já em curso, tem como objetivo identificar pacientes com maior probabilidade de faltarem às suas consultas. Neurologista no hospital do UCL, Parashkev Nachev usa dados como idade, endereço e condições do tempo para prever com um nível de acerto de 85% se um apciebnte vai comparecer às consultas ou exames agendados. Em uma próxima fase, o hospital planeja realizar intervenções como enviar mensagens de texto para os pacientes para minimizar as faltas.

- Vamos testar para ver o quão bem isso vai funcionar – contou Williams. - Empresas usam esta coisa de prever o comportamento humano toda hora.

Outro projeto, por sua vez, pretende usar a IA na análise de tomografias de 25 mil ex-fumantes recrutados como parte de uma pesquisa sobre câncer para saber se a avaliação dos exames pode ser automatizada.

- Temos pessoas que precisam ficar vendo estes exames o dia todo para saber se são normais têm anormalidades – lembrou Williams.

Assim, os responsáveis pela iniciativa também esperam que os profissionais não fiquem ressentidos de serem substituídos por máquinas em algumas funções, ou de receberem “ordens” delas, e aproveitem para ficar mais tempo com os pacientes.

- Queremos cumprir as funções mais mundanas que são guiadas puramente pela informação e dar mais tempo para as coisas que os especialistas humanos são melhores – resumiu Chris Holmes, diretor de saúde do Instituto Alan Turing.


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