Imagem: Fernando Bizerra / Efe |
Segundo a publicação, o Brasil tem um grande futuro e sempre terá. "Este
País populoso, cheio de recursos e de dimensões continentais tem feito
enormes progressos depois de passar por uma crise financeira desastrosa
no final dos anos 1990. A inflação crônica foi interrompida e os
regulamentos antiempresariais diminuíram. Combinado com o boom global de
commodities da última década colocaram o Brasil na linha de frente até
2010. Parecia que o Brasil havia feito o salto para o desenvolvimento e
caminhou, em termos de tamanho de sua economia, pronto para ultrapassar
países como a Grã-Bretanha e França", afirma a Forbes.
Contudo, ressalta a revista, tudo parou. O crescimento do Brasil era
muito dependente de commodities e, hoje, em meio a uma inflação voltando
a ameaçar e a moeda perdendo valor, o País entrou agora em recessão. O
IED (Investimento Estrangeiro Direto) está encolhendo, assim como as
despesas de capital de empresas com sede no Brasil. A corrupção é
florescente.
A Forbes afirma que, em meio a esse cenário, há uma grande questão:
Dilma virará o jogo das políticas que afligem a economia do Brasil ou se
aproximará de vez do "caminho para a perdição da Venezuela e da
Argentina", com estagnação, encolhendo a liberdade política e onde a
demagogia política e corrupção são a norma.
Para a revista, se o Brasil quer realmente se tornar uma grande
potência, ela deve ir em linha com o que prega o relatório do Banco
Mundial Doing Business, ranking com 189 economias que mede "os
regulamentos que estimulam os negócios e os que restringem. "O Brasil
está classificado na 120ª posição e quatro categorias se destacam em que
o Brasil falha.
O primeiro ponto é a dificuldade em começar um negócio, levando em média
83,6 dias. Segundo a revista, não se admira que o País tenha uma enorme
economia informal. E sugere que Dilma se inspire na Nova Zelândia, em
que abrir um negócio pode levar um dia e com um computador, varrendo
assim uma enorme fonte de corrupção. Em segundo lugar, está a obtenção
de alvarás de construção, levando na média 426,1 dias para se conseguir
ante 149,5 nos países desenvolvidos.
Em terceiro, está o registro de propriedades que necessita, na média, de
13,6 procedimentos, ante média de 7 na América Latina e Caribe. Em
quarto lugar, está o pagamento de impostos, com a estimativa de que se
precisa trabalhar 2.600 horas para pagar impostos no Brasil, que ocupa a
177ª posição entre os 189 países neste quesito como negativo para os
negócios. A revista ressalta que simplificar a tributação iria diminuir a
corrupção e trazer empresas da sombra para a economia real, citando
Hong Kong e Singapura como exemplos que Dilma deveria examinar.
"Claro, existem outros dragões para matar, incluindo cartéis internos
que sufocam a concorrência e regras que restringem o investimento
estrangeiro direto. Finalmente, há uma área absolutamente crucial que
pode fazer ou quebrar o Brasil - ou qualquer outro país: a política
monetária", ressalta a revista.
"Uma das ideias mais destrutivas da era moderna é a noção keynesiana de
que você pode dirigir uma economia como um carro com um volante -
manipulando o valor da moeda de um país. É colocar a carroça à frente
dos bois". O dinheiro mede o valor de produtos e serviços e facilita o
comércio. A idéia de que imprimir mais dinheiro estimula o crescimento
econômico sustentável é insípida, afirma a revista, destacando que a
inflação tem sido a ruína da economia do Brasil.
VEJA TAMBÉM:
Lara Rizério
Infomoney
Editado por Folha Política
FONTE:
http://www.folhapolitica.org/2014/11/revista-forbes-pergunta-se-brasil-pode.html
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