11/11/14 - 15h34 - Bloomberg
OPEP deve escolher entre reduzir vendas ou fixar preços em nova ordem do petróleo
A Organização de Países Exportadores de Petróleo, prejudicada pelo desmoronamento dos preços, poderia reafirmar seu controle reduzindo a produção, disse o Société Générale SA
A decisão enfrentada pela OPEP na sua reunião deste mês não se resume a reduzir ou não a produção de petróleo. Trata-se de determinar se o grupo está disposto a lutar para manter a influência que ela tem há décadas sobre os mercados de petróleo bruto.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo, prejudicada pelo desmoronamento dos preços, poderia reafirmar seu controle reduzindo a produção, disse o Société Générale SA, cedendo uma maior parte do mercado aos produtores de petróleo de xisto dos EUA. A alternativa – esperar para ver se os preços menores afogam o boom do xisto na América do Norte – criaria uma “nova ordem do petróleo” em que o poder de fixar os preços passaria aos perfuradores no Texas e na Dakota do Norte, segundo o Goldman Sachs Group Inc.
“Não houve um momento decisivo como este há décadas”, disse Mike Wittner, diretor de pesquisa sobre o mercado de petróleo do Société Générale em Nova York, ontem em entrevista por telefone. “A OPEP vai renunciar à sua função no mercado? Se os sauditas fizerem exatamente o que estão sinalizando e deixarem que o mercado cuide do excesso de produção, com certeza a organização poderia se tornar irrelevante”.
No mês passado, o petróleo mergulhou em um mercado baixista, resultado de um aumento vertiginoso da perfuração de xisto que elevou a produção dos EUA para seu máximo em três décadas e da desaceleração do crescimento da demanda mundial. O recuo provocou estragos financeiros para alguns membros da OPEP e fez com que o Equador, a Venezuela e a Líbia pedissem medidas para deter a queda. Na semana passada, a moeda da Nigéria se desvalorizou até seu mínimo histórico, e o bond de referência da Venezuela caiu ontem para 56,63 centavos por dólar, o menor patamar desde março de 2009.
Fórum
Ministros de dois membros fundadores da OPEP, a Arábia Saudita e a Venezuela, participarão de um fórum sobre gás natural hoje em Acapulco, México, duas semanas antes da reunião dos 12 membros, marcada para 27 de novembro em Viena.
A decisão da Arábia Saudita de reduzir os preços de venda para os clientes asiáticos, tomada em 1º de outubro, foi um sinal de que a maior exportadora mundial de petróleo pretende conservar seu volume de vendas em vez de reduzir a produção para defender os preços, segundo o Commerzbank AG. Neste mês, o reino aumentou os preços para a Ásia, ao passo que incrementou os descontos para consumidores nos EUA. O Iraque, o segundo maior produtor da OPEP, realizou mudanças similares ontem.
Visões opostas
O grupo deveria reduzir sua meta coletiva de produção para 29,5 milhões de barris por dia, disse Samir Kamal, presidente da delegação da Líbia na OPEP, no dia 27 de outubro. O ministro de Economia e Finanças do Equador, Fausto Herrera, disse aos jornalistas no dia 4 de novembro que seu governo está trabalhando com a Venezuela e com outros membros no intuito de “melhorar” os preços. Ontem, o ministro do Petróleo do Kuwait, Ali al-Omair, disse em Abu Dhabi que acha que não há uma redução da oferta e que espera que os preços se estabilizem quando o mercado absorver a produção excedente.
“A reunião em Viena deve oferecer algumas respostas; se este é ‘o fim’ da OPEP”, disse Eugen Weinberg, diretor de pesquisa sobre commodities do Commerzbank em Frankfurt. “Ou se ela ressurgirá como uma entidade consolidada e com uma voz forte”.
FONTE:
http://m.infomoney.com.br/bloomberg/mercados/noticia/3688145/opep-deve-escolher-entre-reduzir-vendas-fixar-precos-nova-ordem
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