"Quanto mais perturbamos nosso clima, mais riscos temos de impactos graves, amplos e irreversíveis", disse o diretor do IPCC
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Foto: Peter Andrews / Reuters
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) divulgou neste domingo em Copenhague, na Dinamarca, o mais recente relatório sobre mudança climática e alertou que os danos causados por estas mudanças poderão ser irreversíveis, mas que ainda há formas de evitá-los.
O relatório foi publicado depois de uma semana de debates intensos entre cientistas e autoridades de governos de todo o mundo.
"A influência humana no sistema climático é clara, quanto mais perturbamos nosso clima, mais riscos temos de impactos graves, amplos e irreversíveis", disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri.
E, de acordo com Pachauri, o mundo todo será afetado por estes danos.
"Quero destacar o fato de que a mudança climática não deixará nenhuma parte do mundo intocada pelos impactos que estamos vendo diante de nossos olhos e que, obviamente, terão uma relevância crescente no futuro."
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) divulgou neste domingo em Copenhague, na Dinamarca, o mais recente relatório sobre mudança climática e alertou que os danos causados por estas mudanças poderão ser irreversíveis, mas que ainda há formas de evitá-los.
O relatório foi publicado depois de uma semana de debates intensos entre cientistas e autoridades de governos de todo o mundo.
"A influência humana no sistema climático é clara, quanto mais perturbamos nosso clima, mais riscos temos de impactos graves, amplos e irreversíveis", disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri.
E, de acordo com Pachauri, o mundo todo será afetado por estes danos.
"Quero destacar o fato de que a mudança climática não deixará nenhuma parte do mundo intocada pelos impactos que estamos vendo diante de nossos olhos e que, obviamente, terão uma relevância crescente no futuro."
O diretor do IPCC afirmou que "agora a comunidade científica se pronunciou" e está "passando o bastão para os políticos, para a comunidade que toma as decisões". No entanto, Pachauri afirmou que ainda há esperança, pois "felizmente nós temos os meios para limitar a mudança climática e construir um futuro mais próspero e sustentável".
Segundo o documento, o uso sem restrições de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás), deve ser suspenso até o ano de 2100 se o mundo quiser evitar uma mudança climática perigosa.
O relatório também sugere que o uso dos combustíveis renováveis deverá subir da atual fatia de 30% para 80% do setor de energia até 2050.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também comentou os pontos principais do relatório.
"Primeiro: a influência humana no sistema climático é clara e crescente. Segundo: temos que agir rapidamente e de forma decisiva se quisermos evitar resultados cada vez mais perturbadores. Terceiro: temos os meios para limitar a mudança climática e construir um futuro melhor."
"Há um mito de que a ação para o clima custa muito, mas a falta de ação vai custar muito mais", disse Ban Ki-moon.
"O relatório mostra que o mundo está muito mal preparado para os riscos das mudanças no clima, especialmente os pobres e mais vulneráveis, que contribuíram menos para este problema", acrescentou.
'Novo modelo'
Rajendra Pachauri afirmou que este último relatório é a mais forte e detalhada declaração a respeito da escala do problema da mudança climática e das soluções para isto.
"Este relatório realmente estabelece um novo modelo em avaliação científica. Por um lado, o relatório traz todos os elementos do quebra-cabeça que constitui os vários aspectos da mudança climática, desde a base científica subjacente dos impactos, adaptação e vulnerabilidade e os tipos de opções de abrandamento que temos disponíveis."
Pachauri destacou o fato de o relatório ter envolvido mais de 800 autores diretamente e milhares de outros revisores que analisaram cerca de 30 mil publicações para a elaboração do documento.
"Não podemos queimar todos os combustíveis fósseis que temos sem lidar com o resíduo resultante, que é o CO2, e sem despejar isto na atmosfera. Se não conseguirmos desenvolver (um sistema de) captura de carbono, teremos que parar de usar combustíveis fósseis se quisermos parar a perigosa mudança climática", disse Myles Allen, professor da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, e um dos membros do IPCC que participou da elaboração do documento.
Para David Shukman, editor de ciência da BBC, este relatório "mostra as opções de uma f que nunca".
"O IPCC tentou tornar (o relatório) mais aceitável afirmando que os combustíveis fósseis podem continuar sendo usados se as emissões de carbono forem capturadas e guardadas. Mas, até agora o mundo apenas tem uma usina operante comercialmente deste tipo, no Canadá, e o progresso no desenvolvimento da tecnologia é muito mais lento do que muitos esperavam", disse.
Shukman afirma que a conclusão do relatório, de que não podemos continuar queimando estes combustíveis como sempre fizemos e que a queima destes combustíveis deve ser suspensa até o fim do século, apresenta aos governos do mundo uma escolha difícil.
O secretário de Estado americano, John Kerry, descreveu o documento do IPCC como "mais um canário na mina de carvão".
"Aqueles que escolhem ignorar ou questionar o que a ciência mostrou tão claramente neste relatório, o fazem colocando em grande risco todos nós, nossos filhos e netos", afirmou Kerry em uma declaração.
Ativistas aprovaram a linguagem clara do documento.
"O que eles disseram é que temos que chegar à emissão zero e isto é novo", disse Samantha Smith, do organização World Wildlife Fund.
"A segunda coisa (destacada pelo relatório) é que (a solução) é acessível, não vai incapacitar as economias", acrescentou.
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