segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Foram identificados os países que apoiam o nazismo



Foto: Flickr.com/DennisAycicek/cc-by-nc-sa 3.0

Os Estados Unidos, o Canadá e a Ucrânia foram os únicos países que, numa reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, votaram contra o projeto russo de resolução condenando a heroização do nazismo. A adoção do documento supostamente seria ser dedicada ao 70º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial, que acontecerá no próximo ano.

A favor do documento apresentado pela Rússia votaram 115 dos 193 estados membros da ONU. Três países votaram contra: Canadá, EUA e Ucrânia. As restantes 55 delegações, incluindo a da União Europeia, abstiveram-se de expressar suas opiniões sobre este assunto.

O texto da resolução foi publicado e pode ser encontrado na internet onde está disponível ao público. Quem o ler, poderá conferir que ele não contêm nenhumas “armadilhas”. A resolução, em particular, condena tentativas de negar o Holocausto, exorta a garantir a ratificação universal e a aplicação eficaz da Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial. O documento expressa preocupação com a glorificação do movimento nazista e dos antigos membros da organização Waffen-SS.

Tudo isso se baseia nos princípios adotados pela ONU desde o fim da Segunda Guerra Mundial e dos Julgamentos de Nuremberg. Mas ultimamente alguns países têm se afastado desses princípios. Na Ucrânia, soldados da Guarda Nacional põem suásticas em seus uniformes. Nos países bálticos, o dia da libertação dos ocupantes fascistas é declarado dia de luto. Estes e outros fatos causam preocupação em Moscou e na maior parte do mundo. Mas não em Kiev, Ottawa e Washington, nota o vice-presidente do Comitê para assuntos internacionais do Conselho da Federação russo, Andrei Klimov:

“Os Estados Unidos, o Canadá, seu aliado leal, e a Ucrânia formaram agora um trio de estados que têm uma certa realidade sua, distinta da internacional. Eu entendo os canadenses, onde a diáspora ucraniana determina em grande parte o comportamento de seus dirigentes. Mas os EUA, que faziam parte da coalizão anti-hitleriana, participaram na preparação e realização dos Julgamentos de Nuremberg e, nas últimas décadas, frisavam, pelo menos em palavras, a sua adesão à luta contra a ideologia hitleriana, foram longe demais durante o governo de Barack Obama. Eles acabaram praticamente por tomar o lado dos nacionalistas, dos seguidores de Bandera e dos descendentes da Waffen-SS. Fato que foi confirmado durante a votação (na reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas)”.

O presidente da Ucrânia, Piotr Poroshenko, declara publicamente que o país está preparado para uma guerra total com a Rússia. Total quer dizer por todos os meios e formas. Isto não é apenas uma ideologia, mas também uma terminologia hitleriana. Mas a Europa, como na década de 30 do século passado, está escondendo a cabeça na areia: espera o assunto seja resolvido sem ela, enquanto que ela, despercebida, defende seus interesses. Esta política de avestruz não vai levar a nada de bom, adverte o senador Andrei Klimov:

“Tal política já resultou em seu tempo na Segunda Guerra Mundial. Os europeus incentivavam o agressor durante muito tempo guiados por certas considerações racionais de que, supostamente, incentivando Hitler, eles poderiam assim pôr a União Soviética em seu devido lugar. E acabaram mal – praticamente todos foram vítimas de ocupação. Infelizmente, a história se repete”.

Até recentemente, parecia que não pode haver mais perguntas sobre o assunto. O fascismo é a praga castanha, derrotada e condenada por todo o mundo civilizado ainda no meio do século passado. Mas, na verdade sucede que hoje, na véspera do 70º aniversário da vitória sobre o fascismo, está acontecendo o seu renascimento. E existem forças disposta a apoiá-lo. A resolução visa lembrar aos países sobre as consequências de uma tal política, sobre a inviolabilidade do veredito dos Julgamentos de Nuremberg. É bom lembrar antes que seja tarde demais.


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