domingo, 2 de fevereiro de 2014

Alterações climáticas fazem mudar a economia global - MAIS IMPOSTOS DO CLIMA À VISTA???

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Foto: Flickr.com/nxtiak/cc-by-nc-sa 3.0

Em meio às presentes anomalias naturais na América do Norte e em algumas outras partes do mundo, a mídia internacional voltou a explorar novamente o tema das consequências da mudança climática enfrentada pela civilização humana.

Os especialistas mostram-se bastante alarmados: as alterações climáticas ultrapassaram o âmbito da ciência, chegando a ser uma questão de importância nacional. Elas podem ser consideradas como um novo fator estrutural da economia mundial. Ao mesmo tempo, os especialistas alertam contra as tentativas de caracterizar as mudanças climáticas globais como apenas aquecimento. Mesmo se for assim, o processo que se dá na realidade é muito mais complicado. Ele passa por alternação de períodos de aquecimento e esfriamento, mantendo em geral uma tendência de longo prazo à elevação das temperaturas.
É mais justo dizer que estamos presenciando hoje uma mudança climática global caracterizada pelo aumento, por um lado, da intensidade dos extremos meteorológicos e, por outro, a repetitividade mais frequente dos fenômenos naturais perigosos e anomalias climáticas. O que os especialistas denominam de “crescimento da conflituosidade na natureza”.
O problema já não se reduz apenas ao dilema sobre se o aquecimento está ocorrendo ou o esfriamento, nem tampouco tem a ver com o grau de culpa da humanidade. A discussão mudou-se para o plano de interesses objetivos, a teoria cedeu lugar à prática, a escolha tática relegou para segundo plano a estratégia. E verificou-se que o impacto do clima sobre a economia real é ambíguo. Pois, de tudo se pode tirar proveito, segundo acredita Konstantin Simonov, presidente do Fundo de Segurança Energética Nacional:
“Não é um fato consumado que é o aquecimento global que acontece. Eu falaria mais bem nas mudanças do clima e anomalias naturais, o que estamos presenciando na realidade. É uma evidência dos problemas ambientais globais, mas não do aquecimento global. A julgar pelo estado do tempo, devemos tratar do esfriamento global. Contudo, não existem quaisquer estatísticas exatas que permitam tirar uma conclusão expressamente unívoca. No que respeita ao impacto das anomalias na economia, é igualmente ambíguo. Com certeza, os desastres naturais paralisam a atividade econômica. Mas há sempre alguns pontos positivos. Quando a Europa assolada por frios consome mais energia, os preços do gás natural sobem. E quem se beneficia com isso? São os produtores e vendedores, ou seja, a Rússia, entre outros.”
De acordo com especialistas, o mundo do negócio deve considerar as mudanças do clima como fator da luta competitiva. Porque estes processos levarão a uma redistribuição em grande escala dos mercados, na qual serão envolvidos todos os setores sem exceção: agricultura, seguros, transportes, construção, indústria do lazer, ramo imobiliário, geologia econômica, produção de alimentos, saúde pública, mineração e até finanças. Eis um comentário a respeito do economista Alexander Abramov:
“Os primeiros a ganhar com isso serão os setores relacionados com o desenvolvimento das fontes alternativas de energia, de geradores eólicos a reatores termonucleares. Entre os setores potencialmente mais afetados poderão constar a produção de carvão e a de petróleo. A produção de gás, pelo contrário, poderá passar a ocupar uma posição privilegiada. Serão afetadas as produções classificadas como poluentes. Por exemplo, grandes usinas siderúrgicas de baixa tecnologia, todas as empresas que expelem à atmosfera elevadas quantidades de dióxido de carbono e ainda aquelas que sejam incapazes de passar a implementar a nova tecnologia.”
As alterações climáticas globais já estão afetando a economia mundial. Se a tendência negativa se preservar, é de esperar no futuro os choques mais sensíveis. No entanto, acredita-se que tal instabilidade promove o progresso científico e tecnológico, “desperta a humanidade da hibernação”. Mas devemos começar a nos preparar para o novo desde já, com antecipação, para que as novidades não nos peguem de surpresa.

 
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