Material pode agilizar a detecção de doenças e monitoração de processos biológicos, como o crescimento de um câncer ou infecção
Uma
bactéria nada em direção a uma forma única e atóxica de cristal líquido
e uma nova forma física é criada. A interação dinâmica da bactéria com o
cristal líquido cria uma singular forma de matéria “mole”: o cristal
líquido vivo.
Este
novo tipo de material ativo, que promete melhorar e agilizar a detecção
de doenças, foi desenvolvida por uma pesquisa colaborativa baseada na
Kent State University, de Ohio, EUA, e no Argonne National Laboratory,
no estado de Illinois, EUA.
Como
um híbrido biomecânico, o cristal líquido vivo se move e adquire novas
formas em resposta a estímulos externos. Ele também armazena energia,
assim como organismos vivos fazem para sobreviver e possui ótimas
propriedades ópticas. Em um sistema de cristal líquido vivo, com a ajuda
de um simples microscópio polarizador, é possível enxergar, com clareza
incomum, a trilha inicial estimulada pela rotação do flagelo bacteriano
com apenas 24 nanômetros (milionésimo de milímetro) de espessura.
Também
é possível controlar e guiar movimentos ativos da bactéria, ao
manipular variáveis como o oxigênio disponível, o alinhamento da
temperatura ou da superfície – introduzindo, desta forma, um novo
conceito de design para a criação de sensores biológicos. O cristal
líquido vivo fornece um meio para amplificar pequenas reações que
acontecem em micro e nano escalas – nas quais as moléculas e os vírus
interagem – e também para facilitar a detecção óptica e a análise destas
reações.
Isto
permite ao cristal líquido vivo desenvolver dispositivos que monitorem
processos biológicos como o crescimento de um câncer ou de uma infecção.
Tal tecnologia tem uma importância crescente para a detecção biomédica,
pois representa um modo de encontrar a doença em seu estágio inicial –
quando é mais tratável e quando é possível gerir melhor os custos deste
tratamento.
"Até
onde sabemos, estas coisas nunca foram sistematicamente feitas antes da
maneira como fizemos para a física experimental", explicou Zhou Shuang,
candidato a PHD na Kent State University. “Há muitas aplicações em
potencial para este tipo de material novo, mas as mais imediatas são as
novas abordagens para o desenvolvimento de detecção biomédica”, disse
Zhou.
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