sábado, 25 de agosto de 2018

Monsanto é condenada nos EUA por não advertir que seu agrotóxico podia ser cancerígeno

Multinacional deve pagar quase 290 milhões de dólares a Dewayne Johnson, vítima de um linfoma incurável causado pelo produto, segundo a decisão judicial

Mulher utiliza o pesticida Round Up, da Monsanto. REUTERS

A Monsanto, que já não goza de boa reputação, recebeu um duro golpe na sexta-feira, 10 de agosto, após perder o primeiro julgamento por causa de um herbicida de glifosato nos Estados Unidos. Um júri de San Francisco ordenou que o gigante industrial pague quase 290 milhões de dólares (cerca de 1,1 bilhão de reais) em danos a Dewayne Johnson por não advertir que o glifosato contido no herbicida era cancerígeno. Johnson desenvolveu um linfoma não-Hodgkin incurável que, segundo ele, apareceu após utilizar os produtos da empresa nos terrenos escolares da cidade de Benicia, na Califórnia, razão pela qual processou a multinacional.

O juiz de primeira instância concluiu que a companhia agiu com “malícia” e que seu herbicida Round Up, assim como sua versão profissional Ranger Pro, contribuiu “substancialmente” para a doença terminal de Johnson. A resposta da empresa, quase imediata, foi que vai recorrer. “A decisão de hoje não muda o fato de que mais de 800 estudos e revisões científicas, além de conclusões da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) e das autoridades reguladoras do mundo todo, respaldam o fato de que o glifosato não causa câncer e não causou o câncer do Sr. Johnson”, afirmou Scott Partridge, vice-presidente da Monsanto.

Johnson, de 46 anos, tem um linfoma não-Hodgkin incurável que ele atribui ao fato de ter aplicado os agrotóxicos Round Up e Ranger Pro nos terrenos da escola onde trabalhou entre 2012 e 2014. O caso se baseou nas conclusões do Centro Internacional de Pesquisa do Câncer, uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) que em 2015 catalogou o glifosato como “provavelmente cancerígeno”.

É a primeira vez que a Monsanto, adquirida pela alemã Bayer em junho por 66 bilhões de dólares (251 bilhões de reais), está no banco dos réus devido aos potenciais efeitos cancerígenos desses produtos que contêm glifosato, uma substância polêmica. Os especialistas concordam que a decisão judicial pode abrir as portas a centenas de novos processos. O maior produtor mundial de sementes transgênicas tem uma reputação ruim e é uma das companhias mais controvertidas no universo corporativo global. Não parece que vá abandonar essa fama tão cedo.



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