Para impedir que água radioativa seja despejada no oceano, governo japonês investe em muro congelado em volta da usina
Juliana Tiraboschi
No meio da tarde de 11 de março de 2011, a cidade de
Fukushima, no Japão, viveu sua maior tragédia. Um tsunami varreu
construções e danificou a usina nuclear. O sistema de resfriamento foi
avariado. Técnicos tentaram impedir o pior injetando água do mar no
sistema. Não funcionou e três explosões se sucederam. Desde então,
vazamentos aconteceram e a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio
(Tepco) vem recebendo críticas pela maneira como lida com a reconstrução
do complexo. Nesta semana, o governo japonês tomou as rédeas da
situação e anunciou o investimento de US$ 470 milhões para tentar
resolver um dos problemas mais urgentes: a contaminação por
radioatividade em águas subterrâneas.
RADIOATIVO
Funcionários de Fukushima trabalham para barrar contaminação de águas
Existem duas questões principais. Uma é o excesso de água altamente
radioativa nos tanques dentro do complexo nuclear. São mais de 280 mil
toneladas, suficientes para encher 130 piscinas olímpicas. Um sistema de
purificação vem limpando esse material, mas a um ritmo muito lento. De
um dos tanques já vazaram 300 toneladas de água “suja”. A segunda
questão é a contaminação dos lençóis freáticos, que, ao passar pelo solo
contaminado da usina, carregam radiação para os oceanos. É para
resolver esta questão que um plano de congelamento do entorno do
complexo foi apresentado pelo governo.
A ideia é cercar a usina com canos espetados na vertical. Eles ficarão a uma distância de um metro entre si e receberão um líquido refrigerado. O muro conteria a água contaminada dentro da usina e desviaria a água potável que desce das montanhas. A construção, que não deve ficar pronta antes de 2015, terá três quilômetros e será a maior extensão contínua de terra congelada artificialmente do mundo. “Não sei se essa estratégia vai acabar com 100% da contaminação, mas certamente vai reduzi-la”, diz o doutor em engenharia naval e nuclear Leonam Guimarães, ex-funcionário da Eletronuclear e membro da assessoria da Agência Internacional de Energia Atômica.
Por enquanto, não há motivo para pânico. Durante o acidente nuclear a parcela de moradores que foi exposta à maior dose de radiação recebeu uma quantidade equivalente à emitida por uma tomografia computadorizada: dez milisievert. A radioatividade que está vazando neste momento é muito inferior a isso. Ainda assim, permitir que água radioativa escoe para os oceanos não é uma solução aceitável.
FONTE:
http://istoe.com.br/reportagens/323004_PAREDAO+DE+GELO+EM+FUKUSHIMA
RADIOATIVO
Funcionários de Fukushima trabalham para barrar contaminação de águas
A ideia é cercar a usina com canos espetados na vertical. Eles ficarão a uma distância de um metro entre si e receberão um líquido refrigerado. O muro conteria a água contaminada dentro da usina e desviaria a água potável que desce das montanhas. A construção, que não deve ficar pronta antes de 2015, terá três quilômetros e será a maior extensão contínua de terra congelada artificialmente do mundo. “Não sei se essa estratégia vai acabar com 100% da contaminação, mas certamente vai reduzi-la”, diz o doutor em engenharia naval e nuclear Leonam Guimarães, ex-funcionário da Eletronuclear e membro da assessoria da Agência Internacional de Energia Atômica.
Por enquanto, não há motivo para pânico. Durante o acidente nuclear a parcela de moradores que foi exposta à maior dose de radiação recebeu uma quantidade equivalente à emitida por uma tomografia computadorizada: dez milisievert. A radioatividade que está vazando neste momento é muito inferior a isso. Ainda assim, permitir que água radioativa escoe para os oceanos não é uma solução aceitável.
FONTE:
http://istoe.com.br/reportagens/323004_PAREDAO+DE+GELO+EM+FUKUSHIMA
0 comentários:
Postar um comentário
Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.