Diferente da CIA, a NSA não tem espiões. Ela vigia cabos de comunicação submarina, satélites, companhias de telefonia e de internet.
No último domingo, o Fantástico mostrou que a Petrobras foi alvo da espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a NSA.
A denúncia é baseada em documentos vazados por um ex-analista da própria Nsa, Edward Snowden. Mas que agência é essa? Qual é a historia dela ? E por que está no centro de uma polêmica mundial?
Durante muitos anos, a NSA foi tão secreta que era conhecida como: ‘No Such Agency’- agência que não existe. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi fundamental para quebrar os códigos das comunicações entre os nazistas.
Na década de 1950, um bairro de Washington passou a abrigar a sede da Agência Nacional de Segurança. Apesar de estar no cruzamento de duas vias importantes, a NSA era uma presença muito discreta.
A estrutura logo ficou pequena e a agência mudou de sede. Foi para um enorme prédio dentro da base militar de Fort Meade, a 45 quilômetros de Washington.
Diferente da CIA, a NSA não tem espiões. Ela trabalha coletando informações eletrônicas, vigiando cabos de comunicação submarina, satélites, companhias de telefonia e de internet.
Oficialmente a NSA tem um orçamento anual de mais de US$ 10 bilhões. Essa enorme quantidade de recursos é empregada em projetos como o novo centro de dados da NSA, no estado de Utah, no oeste americano. Avaliado em US$ 2 bilhões, terá a maior capacidade de armazenamento da história: um Yottabyte - um 1 seguido de 24 zeros - capaz de guardar todo o conhecimento produzido pela humanidade nos últimos 500 anos.
Os ataques do 11 de setembro de 2001 transformaram de maneira ainda mais radical o funcionamento da Agência Nacional de Segurança, e dois fatores foram essenciais: menos de um mês e meio depois dos ataques, o Congresso americano aprovou o Ato Patriota, que praticamente eliminou as restrições legais à coleta de informações nos Estados Unidos. Quase ao mesmo tempo, a NSA passou a ter acesso a bilhões de dólares de um orçamento secreto do governo, destinado a proteger o país contra o terrorismo. A mudança foi profunda e rápida. A NSA abandonou a coleta seletiva de informações. O monitoramento se tornou generalizado. Foi quando um dos diretores operacionais da agência, William Binney, resolveu deixar a NSA.
Para ele, a NSA passou a abusar ilegalmente da sua capacidade de monitoramento: “Passamos a espionar todos os americanos e praticamente todas as pessoas no mundo inteiro. Eu achei isso inconstitucional e ilegal”, disse Binney em uma entrevista esta semana.
Binney acha que a NSA deveria investir na capacidade de filtrar as informações que realmente importam para o combate ao terrorismo e jamais arquivar dados de pessoas inocentes, empresas privadas ou governos amigos.
Procurada pelo Fantástico, no domingo (8), para responder às denúncias de espionagem na Petrobras, a NSA respondeu por nota: "Não usamos nossa capacidade de coleta de inteligência no exterior para roubar os segredos comerciais de empresas estrangeiras com a finalidade de dar a empresas americanas vantagens competitivas".
No mesmo domingo, depois da exibição da reportagem, uma segunda nota foi enviada. O diretor de inteligência nacional, James Clapper, afirmou: "Coletamos informações porque isso pode fornecer aos Estados Unidos e a nossos aliados alertas antecipados sobre crises financeiras que podem ter impacto negativo na economia global. Pode também ajudar a compreender as políticas econômicas de outros países ou comportamentos que afetem os mercados globais".
Ele repetiu: “O que não fazemos, como já dissemos várias vezes, é usar nossa capacidade de inteligência no exterior para roubar os segredos de empresas estrangeiras".
A presidente Dilma pediu aos Estados Unidos respostas claras sobre o que a NSA espionava no Brasil. “Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo que há em relação ao Brasil”.
Na quarta-feira (11), a conselheira de segurança nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, recebeu o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, na Casa Branca. Depois da reunião, a Casa Branca declarou, em nota, que algumas revelações feitas pela imprensa distorcem as atividades da NSA, mas outras despertam questionamentos legítimos sobre como a capacidade da agência é empregada.
Nesta semana, o repórter Luís Fernando Silva Pinto pediu uma entrevista ao diretor da NSA, o general Kith Alexander, e ao diretor de inteligência nacional dos estados unidos, James Clápper. Os dois preferiram não falar.
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