Promotor disse ao Campo Grande News que Minotauro, dono do carregamento recorde, faz parte da mesma loja maçônica onde advogada foi executada, em novembro do ano passado
Helio de Freitas, de Dourados
Símbolo da Maçonaria colado em tabletes de cocaína apreendidos ontem na fronteira (Foto: Divulgação/Senad)
A presença de um símbolo nos pacotes de cocaína pertencentes ao carregamento recorde apreendido ontem (6) na zona rural de Yby Yaú intriga a polícia do Paraguai. Formado por um esquadro e um compasso unidos pela letra G, o símbolo é usado pela Maçonaria.
Para policiais paraguaios que investigam a apreensão – a maior já feita em toda a história do país vizinho – o símbolo é mais uma prova de que a cocaína pertencia ao narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, preso pela Polícia Federal segunda-feira (4) em Balneário Camboriú (SC).
O promotor Hugo Volpe, que coordena a força-tarefa contra o narcotráfico na fronteira, disse nesta quinta-feira (7) ao Campo Grande News que há registros de que Minotauro pertence a uma loja maçônica de Pedro Juan Caballero.
Segundo o promotor, era nessa loja, localizada no bairro Maria Victoria, que a advogada Laura Casuso participava de uma reunião, na noite de 12 de novembro do ano passado. Quando deixava o local, ela foi executada a tiros por dois pistoleiros.
A polícia paraguaia acusa Minotauro de ser o mandante do crime, para enfraquecer seu principal concorrente no negócio das drogas, Jarvis Gimenes Pavão, atualmente recolhido no Presídio Federal de Mossoró (RN). Laura era a principal advogada de Jarvis.
Assinatura de Minotauro, com os três pontinhos usados por maçons, em identidade falsa ao lado de tablete de cocaína (Foto: Reprodução/Hoy)
Assinatura – Os três pontinhos usados pelos maçons estão presentes na assinatura que Minotauro fez no documento de identidade em nome de Celso Matos Espindola – usado por ele no território paraguaio. Uma prova, segundo policiais paraguaios, de que o narcotraficante faz parte da Maçonaria.
Quando foi preso no litoral catarinense, Minotauro estava com duas identidades paraguaias com o mesmo número de série, mas uma em nome de Celso Espindola e outra em nome de Wenceslao Rojas.
Nas sombras – De acordo com o jornal Hoy (hoje, em castelhano), existe uma versão de que Minotauro seria membro de uma célula maçônica do mal, não reconhecida oficialmente pela Maçonaria.
Em entrevista a uma rádio do Paraguai, o diretor da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), ministro Arnaldo Giuzzio, disse que geralmente os símbolos usados nos carregamentos de droga definem quem é o responsável pelo envio. Segundo ele, Minotauro ficou conhecido por sempre identificar os carregamentos de sua propriedade.
Maçonaria nega – Um dia após o assassinato de Laura Casuso, a Grande Loja Simbólica do Paraguai – mais alta representação da Maçonaria naquele país – negou que a advogada estivesse em uma reunião de mulheres maçônicas.
A congregação informou na época que sua loja em Pedro Juan fica no bairro General Diaz, distante do local onde Laura foi morta, e que não pratica a maçonaria feminina ou mesmo mista.
“Em nosso país existem outras organizações que se intitulam maçônicas, sem pertencer ou estarem ligadas à Grande Loja Simbólica do Paraguai”, informou a Maçonaria paraguaia, em comunicado assinado pelo grão-mestre Édgar Sánchez Caballero e divulgado no dia posterior à morte de Laura Casuso.
Para policiais que investigam o narcotraficante, é mais um indício de que Minotauro faz parte dessa célula do mal que age nas sombras.
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