Vitor chegou a ser internado, mas não resistiu
A Superintendência Regional de Saúde (SRS) em Montes Claros investiga a morte de um jovem montes-clarense, de 22 anos, após ele tomar a vacina contra a febre amarela e viajar para a Bahia. A principal suspeita é a de que o rapaz tenha tido uma reação à combinação da dose imunizante com outros medicamentos.
Vitor Soares formou-se em engenharia civil recentemente e conseguiu emprego na cidade de Erecê (BA). No início do mês, antes de viajar para o interior baiano, ele tomou a vacina em um posto de saúde de Montes Claros.
De acordo com parentes, o rapaz submeteu-se recentemente a um tratamento contra uma doença chamada alopecia areata, que leva à queda repentina dos cabelos. Ele teria usado medicamentos muito fortes, um deles um corticoide que não deve ser tomado com outros remédios nem com a vacina da febre amarela. Uma das hipóteses é a de que Vitor não tenha relatado o uso prévio do medicamento ao procurar o posto de saúde.
“Pacientes que tomam medicamentos à base de corticoide possuem imunidade baixa e, ao tomar a vacina da febre amarela, podem desenvolver outra doença, chamada viscerotrópica aguda, após essa imunização. A reação é a mesma de um paciente com febre amarela, atingindo fígado, rins e baço”, explica a infectologista Cláudia Biscotto.
COMPLICAÇÃO
Ainda segundo relatos de parentes, dias após receber a dose, Vitor começou a sentir fortes dores abdominais e foi internado num hospital de Salvador. O estado se agravou rapidamente e os rins pararam de funcionar. Familiares e amigos ainda fizeram uma campanha para arrecadar dinheiro para custear as despesas do hospital, mas o rapaz não resistiu e morreu no sábado.
Vitor Soares, que era filho de Kelsilene Soares e do publicitário Tuca, foi enterrado no domingo. Nas redes sociais, parentes e amigos o descreveram como um rapaz alegre e batalhador.
SEGURANÇA
A SRS esclareceu que a vacina contra a febre amarela é uma das mais eficazes e seguras. No entanto, eventos adversos graves e até fatais, embora raros, têm sido notificados e estão associados à disseminação do vírus vacinal. A Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros não quis se pronunciar sobre o assunto.
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