terça-feira, 7 de outubro de 2014

Vírus ebola como presságio da crise do modelo civilizacional

A julgar por tudo, a civilização ocidental está perante um novo desafio. Até finais de outubro, com a probabilidade de 75%, o vírus ebola irá atingir a França e com a probabilidade de 50% – o Reino Unido.

O anúncio foi feito por especialistas da Universidade do Nordeste de Boston (EUA), que, sob a direção do professor catedrático Alex Vespignani tentaram modelar a propagação do vírus na África Ocidental e a sua eventual expansão para fora do continente africano.
Muitos peritos têm qualificado a hipótese como pessimista demais. Todavia, acabaram por reconhecer que a epidemia se vai alastrando em flecha, fazendo aumentar o número de vítimas.
Segundo as estimativas mais recentes da OMS, o surto da febre ebola na África Ocidental já matou mais de 3 mil pessoas. Na semana passada, foi internado o primeiro cidadão dos EUA contaminado com o vírus. Aqui, aliás, a realidade vem correspondendo às previsões.
Conforme as avaliações prévias, o risco de propagação do vírus para os EUA constituíra, em finais de outubro, 70%. O primeiro caso de contaminação foi registrado na Europa, a saber, na Espanha. Mas o maior risco vai correndo a França, já que a epidemia tem afetado os países francófonos, ou seja, as antigas colônias francesas.
Assim, se não forem tomadas medidas drásticas, até ao mês de fevereiro, o vírus irá atingir 1,5 milhões de pessoas, o que pressupõe cerca de um milhão de casos letais. As previsões se assentam no fato de o vírus não poder ser sujeito a mutações. Quanto à Europa, nos próximos seis meses, o número de vítimas poderá subir no continente, atingindo a fasquia de 40 mil pessoas. No entanto, aqui tem de ser levado em conta um elevado nível de serviços médicos.
De qualquer modo, a história desconhece surtos da doença dessa envergadura. Há quem argumente que o ebola, sendo não muito suscetível a mutações, permitirá aos especialistas elaborar vacinas e remédios sem ter grandes receios por essa causa, considera o virusólogo Alexander Butenko:
“A vacina já está quase pronta, passando por testes necessários. Mas a vacina não é um remédio, segundo opinam alguns especialistas. É, antes, um meio de profilaxia. Para conseguir uma boa proteção será necessário algum tempo, por exemplo, um mês. Como se sabe, o plasma do sangue de sobreviventes contem anticorpos e pode ser eficaz nos primeiros dias de enfermidade”.
Seja como for, a vacina ainda não foi inventada. Por isso, na sua ausência, os cientistas e médicos recomendam limitar os contatos com os países abrangidos pela epidemia. Segundo tal lógica de raciocínio, o único meio eficaz contra a propagação do vírus terá sido um isolamento completo, o que entra em contradição com o princípio de globalização.
As guerras virtuais, os processos migratórios, a aceleração dos ritmos de urbanização na falta de infraestruturas necessárias, vêm criando condições propícias para a eclosão de uma série inteira de crises. A questão do ebola, ao fim e ao cabo, se esbarra com a imperfeição sistémica da doutrina de neoliberalismo.
É possível que a Humanidade esteja em condições de lidar com esse mal. Mas a seguir ao ebola poderá bater à porta um novo desafio e novas desgraças até que aprendamos a alterar a nossa atitude para com os princípios fundamentais da ordem mundial.
FONTE:
http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_07/Virus-ebola-como-press-gio-da-crise-do-modelo-civilizacional-8376/

Share:

0 comentários:

Postar um comentário

Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

SUA LOCALIZAÇÃO, EM TEMPO REAL.

Blogger Themes

Total de visualizações de página

Seguidores deste canal

Arquivo Geral do Blog

Minha lista de Sites e Blogs Parceiros

Translate this page

Hora Certa