Ele afirmou que agora os EUA mantêm supremacia
tecnológica firme sobre a República Popular da China, mas dentro de uns 5
ou 10 anos esta supremacia já não será mais garantida.
Esta
declaração de Kendall não pode ser interpretada da outra maneira senão
como uma prova do processo, já iniciado, de redução global da presença
militar americana. Este processo foi predeterminado pela sequência de
eventos que inclui o desencadeamento pelos americanos da guerra
tresloucada no Iraque, a crise econômica americana e o posterior
agravamento da concorrência com a China.
No auge da
guerra no Iraque as prioridades da atividade americana na esfera de
construção das forças armadas tinham um aspecto diferente. Foram
reduzidos os programas prospectivos caros, destinados a criar novos
tipos de armas para uma grande guerra contra a Rússia ou contra a China.
Ainda no mandato de Jorge Bush foram feitos grandes esforços a fim de
conseguir o consentimento do congresso para a redução da produção do
caça moderno F-22, a mais poderosa aeronave deste tipo.
Foram
reduzidas também as despesas com os armamentos navais e liquidado o
programa “Sistemas de Combate do Futuro”. Todos os meios disponíveis
eram utilizados para aumentar o número de brigadas de forças terrestres e
para adquirir o material de guerra técnico especialmente destinado para
a guerra antiguerrilha, por exemplo, de veículos aéreos não tripulados,
os chamados drones, e os carros MRAP, com sistema de proteção contra
minas. Considerava-se que a supremacia técnica dos EUA é suficiente para
manter a predominância estável sobre a China mesmo nas condições de
diminuição de investimentos.
Agora os EUA já saíram do
Iraque sem alcançar um êxito decisivo e estão saindo do Afeganistão. Por
isso, as prioridades de organização das forças armadas mudam novamente.
Estas mudanças ocorrem nas condições em que os recursos orçamentários
do país continuam limitados, enquanto que os recursos à disposição do
adversário crescem inexoravelmente.
A resposta pode ser
uma só – a diminuição do contingente total das tropas e a concentração
das forças e recursos existentes contra um único inimigo. De acordo com
Frank Kendall, hoje este inimigo é a China. Um resultado disso será a
inevitável redução das possibilidades dos EUA de reagir a crises em
outras partes do mundo. Uma nova campanha militar do tipo da iraquiana
será futuramente impossível para os EUA não somente por força da
situação política interna mas também devido à ausência de recursos
técnicos e financeiros indispensáveis.
Um resultado
disso será dependência maior dos EUA em relação ao sistema de alianças.
Os EUA procurarão garantir os seus interesses em outras regiões do mundo
à custa da diplomacia e fornecimento de armamentos modernos aos seus
parceiros a fim de concentrar as forças na confrontação com a China no
oceano Pacífico.
Para a China a resposta natural e
unicamente possível a isso será a criação do seu próprio sistema de
alianças a fim de evitar o cerco e conseguir a retirada de uma parte de
forças e recursos americanos da região Ásia-Pacífico.
Os fatos citados e as opiniões expressas são de responsabilidade do autor.
FONTE:
0 comentários:
Postar um comentário
Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.