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Rússia precisa explicar como irá implementar uma polêmica nova lei que
proíbe a apologia da homossexualidade, além de detalhar qual será o
impacto da legislação sobre a Olimpíada de Inverno de 2014, em Sochi,
disse nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Internacional
(COI), Jacques Rogge.
O COI quer esclarecimentos apesar de já ter recebido dos
organizadores do evento garantias de que atletas e outros participantes
não serão afetados, segundo Rogge.
A lei foi aprovada em junho, levando alguns grupos a proporem um
boicote à Olimpíada de Inverno. O presidente dos EUA, Barack Obama,
manifestou preocupação com as restrições, e o porto-riquenho Richard
Carrion, candidato a presidente do COI, criticou duramente a legislação.
Rogge foi a Moscou, que a partir de sábado recebe o Mundial de
Atletismo, para uma reunião do Comitê Executivo do COI com dirigentes da
Iaaf, entidade máxima do atletismo mundial. O dirigente belga disse que
o COI precisa de esclarecimentos sobre a tradução da lei para o inglês.
"Recebemos todas as garantias por parte do sr. Dmitry Kozak,
encarregado de organizar os Jogos em Sochi. Pedimos confirmação por
escrito dessas garantias", disse Rogge, ao lado do presidente da Iaaf,
Lamine Diack, em entrevista coletiva.
"Nós as recebemos ontem, as estudamos nesta manhã, mas ainda há
incertezas e decidimos pedir mais esclarecimentos até hoje. Então
estamos esperando esse esclarecimento antes de termos um julgamento
final sobre tais garantias."
Na quinta-feira, o ministro russo dos Esportes, Vitali Mutko, e Diack
disseram não haver motivo para achar que a nova lei afetará de alguma
forma o Mundial de Atletismo, de 10 a 18 de agosto.
Mutko disse que "é claro que é preciso respeitar as leis do país onde
você está", mas afirmou que a Constituição do país se sobrepõe à lei ao
garantir a privacidade das pessoas.
Críticos dizem que a lei na prática impedirá marchas do orgulho gay e
poderá ser usada para punir quem manifestar apoio aos homossexuais. O
governo de Vladimir Putin também proibiu a adoção de crianças por casais
do mesmo sexo.
Rogge disse que as dúvidas restantes dizem respeito "a uns dois
parágrafos", o que atribuiu a "uma dificuldade na tradução". "Não acho
que seja uma questão fundamental, mais uma questão de tradução",
insistiu Rogge, que deixa o cargo em setembro.
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