Um depósito criogênico permite não apenas preservar
restos de animais, mas também dá uma chance a mamutes para o segundo
nascimento através da clonagem.
Iacútia representa em si
um depósito natural de mamutes. Na república são encontrados não apenas
fósseis, como em outros locais do planeta, mas também corpos congelados
de mamutes com tecidos, músculos e pelagem conservados.
No
ano passado, especialistas conseguiram extrair cérebro de animal de um
de tais objetos, acontecimento sensacional no mundo da ciência, disse à
Voz da Rússia o presidente da Academia de Ciências de Iacútia, Igor
Kolodeznikov:
“Tais objetos são bastante numerosos.
Atualmente, assiste-se a um degelo intenso do litoral do oceano Glacial
Ártico e objetos da fauna de mamutes são encontrados com bastante
frequência. Se tal objeto não for imediatamente congelado, começa sua
rápida devastação: os restos degelam e se descompõem. Por isso surgiu a
ideia de construir em Iacutsk (capital de Iacútia) um depósito
criogênico”.
A construção de um frigorífico gigantesco,
que funcione à energia elétrica, custa muito caro. Mas não será fácil
também aproveitar o fio do permafrost.
A temperatura ótima de preservação oscila entre 18 e 24 graus negativos
e não poderá ser garantida por via natural. Podem ser alcançados 4-10
graus negativos, no máximo, como em túneis do Instituto do Frio da
Academia de Ciências da Rússia. Se no local forem produzidas correntes
de ar, será possível atingir o regime necessário no período de inverno,
mas a temperatura irá subir de qualquer modo na época de verão, continua
Igor Kolodeznikov:
“Por isso surgiu a ideia de
construir um depósito criogênico subterrâneo, isolado com terra de
temperaturas atmosféricas. O frio natural irá acumular-se em condições
de inverno e será mantido em verão com a ajuda de instalações
frigoríficas. As despesas não serão muito altas se for aplicado tal
sistema combinado de esfriamento”.
Nas palavras do
dirigente da Academia de Ciências da Iacútia, não serão suficientes
apenas baixas temperaturas para preservar restos de animais
pré-históricos. É necessário garantir que o acesso de oxigênio ao
depósito seja cortado na íntegra. Para isso, serão construídas câmaras
herméticas especiais em que vai entrar gás inerte que substitua ar.
Também
será necessário prevenir a possível entrada de bactérias patogênicas
tais como, por exemplo, de antraz maligno, que se encontram
frequentemente em sepulcros antigos. Com este objetivo está previsto
construir uma seção de quarentena e uma seção de dissecação para estudar
mamutes.
Cientistas querem entender as condições de
vida desses gigantes e as causas de sua extinção. Pretende-se clonar
esses animais fósseis, sobretudo depois de terem sido encontradas
células vivas em restos achados. Especialistas da Iacútia dispensam
especial atenção a tal orientação de pesquisas. “Na ciência devem
existir certos faróis capazes de atrair a opinião pública a tais
trabalhos e meios necessários”, diz Kolodeznikov.
Quanto
ao dinheiro, a construção do depósito exigirá despesas importantes – a
estrutura poderá custar de 1,5 a 3 milhões de dólares.
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