Medida que contraria resoluções da ONU sobre território sírio pode impulsionar campanha de Netanyahu; região é chave na disputa com Irã.
Premier de Israel, Benjamin Netanyahu (ao centro), acompanha embaixador dos EUA e senador americano republicano Lindsey Graham nas Colinas de Golã Foto: RONEN ZVULUN / AFP/11-03-2019
WASHINGTON — O presidente dosEstados Unidos , Donald Trump, disse nesta quinta-feira que é hora de apoiar a soberania israelense sobre as Colinas de Golã . O território da Síria foi ocupado por Israel após a Guerra dos Seis Dias , em 1967. A região é estratégica dentro da disputa com o Irã, e um eventual reconhecimento em favor do lado israelense seria uma significativa mudança na política externa americana, além de contrariar resoluções da ONU endossadas pelos Estados Unidos, como membro permanente do Conselho de Segurança.
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A ocupação em Golã não foi internacionalmente reconhecida depois do conflito. Reiteradas resoluções da ONU pedem a retirada israelense para as fronteiras anteriores ao conflito de 1967.
"Depois de 52 anos, é hora de os Estados Unidos reconhecerem integralmente a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, que é de importância estratégica e de segurança cruciais para o Estado de Israel e a estabilidade regional!", escreveu Trump no Twitter.
Aliado-chave do presidente americano, o premier Benjamin Netanyahu já vinha pressionando para que os Estados Unidos reconhecessem a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, na fronteira com Líbano e Síria. Na semana que vem, o israelense irá aos EUA para uma reunião com Trump e discursará no Comitê de Assuntos Públicos Estados Unidos-Israel (Aipac, na sigla em inglês), o maior grupo de lobby pró-Israel nos EUA
Pouco depois da publicação de Trump, Netanyahu agradeceu o presidente americano. "Em um momento em que o Irã busca usar a Síria como plataforma para destruir Israel, o presidente Trump corajosamente reconhece a soberania israelense sobre as Colinas de Golã. Obrigado, presidente Trump!", escreveu ele na sua conta oficial do Twitter.
Num momento delicado da sua carreira política — ele enfrenta acusações de envolvimento em três casos de corrupção —, Netanyahu tentará a reeleição em 9 de abril. O apoio dos Estados Unidos sobre a questão de Golã poderia servir de impulso para a sua campanha eleitoral. Trump no seu mandato também já reconheceu Jerusalém como capital israelense e transferiu sua embaixada à cidade.
Nesta quinta-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acompanhou Netanyahu numa simbólica visita ao Muro das Lamentações. Este é também um ponto sensível do conflito árabe-israelense na Cidade Velha de Jerusalém, que Israel capturou em 1967 e depois anexou, numa decisão também sem respaldo internacional.
Pouco após tomar posse na Casa Branca em 2017, Trump também visitou o Muro das Lamentações, mas não acompanhado de Netanyahu. Em 31 de março, será a vez do presidente Jair Bolsonaro visitar Israel, depois que o premier israelense veio ao Brasil no fim do ano passado e compareceu à posse do brasileiro.
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