A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (23) estar "convicta" de que terá os votos necessários na Câmara dos Deputados para barrar o processo de impeachment que tramita contra ela.
"Eu tenho convicção de que teremos os votos necessários", disse a presidente durante uma visita a obras de uma estação de operação de satélite, em Brasília.
Dilma é alvo de um processo de impeachment na Câmara. Quando o processo chegar ao Plenário da Câmara, o governo precisará ter pelo menos 171 votos para barrá-lo.
A adesão do PMDB ao bloco contra o impeachment é vista como primordial para a estratégia do Planalto.
Questionada sobre a permanência do PMDB no governo, Dilma evitou entrar em polêmicas. Nos últimos dias, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) manteve conversas com líderes da oposição, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Nós todos estamos bastante interessados na questão da permanência do PMDB no governo. Tenho muita certeza de que nossos ministros estão comprometidos com a sua permanência no governo", disse a presidente.
Sobre as conversas de Temer com líderes da oposição, Dilma também evitou polêmicas. "Tem um certo tipo de suposição, e eu diria até de avaliações e que são não só precipitadas, como não são corretas. Queremos muito que o PMDB permaneça", afirmou.
A presidente afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está tratando das articulações para manter o PMDB na base. "O presidente Lula não está tratando disso", disse.
Sobre Lula, que na semana passada teve sua nomeação como ministro-chefe da Casa Civil suspensa por decisões judiciais, a presidente Dilma afirmou que ainda o vê como capaz de atuar como ministro. "Não só acredito, como estou lutando para tal", afirmou.
A presidente ainda comentou a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki da última terça-feira (23) que mandou o juiz federal Sérgio Moro devolver ao Supremo os inquéritos e investigações que tramitam contra Lula. Na semana passada, o ministro Gilmar Mendes havia deferido uma liminar ordenando o envio dos processos contra Lula para a 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, onde Moro atua.
"Considero a decisão do ministro Teori importante porque ela estabelece o primado da lei nas relações dos órgãos que investigam com o presidente Lula", afirmou a presidente.
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