Veja o que sabemos sobre o soro secreto que pode ter salvo as vidas de voluntários americanos infectados pelo ebola vírus na África
Kent Brantly: o médico, que usa roupa protetora nesta foto, acabou contraindo ebola
São Paulo -- Mortal em 90% dos casos, a ebola vem desafiando as tentativas dos cientistas de encontrar um tratamento eficaz. Mas uma nova esperança surgiu nesta semana. Dois voluntários americanos infectados pelo ebolavírus parecem ter sido salvos por um medicamento ainda experimental.
Esse soro secreto (como vem sendo chamado pela imprensa americana) chama-se ZMapp. Foi desenvolvido pela Mapp Biopharmaceutical, empresa com apenas nove funcionários em San Diego, na Califórnia, que pesquisa medicamentos contra ebola há dez anos.
A Mapp faz segredo sobre o ZMapp. A empresa só diz que ele é uma combinação de três anticorpos monoclonais (gerados pela clonagem de uma única célula) produzidos em plantas como o tabaco e, depois, "humanizados".
James Hamblin, do site The Atlantic, afirma que os anticorpos são incubados em ratos, o que é bastante plausível. Nesse caso, o processo seria similar ao empregado para obter o soro antiofídico usado para tratar picadas de cobras.
Uma pequena quantidade do vírus (possivelmente enfraquecido por algum processo químico) seria injetada no rato, levando seu sistema imunológico a produzir anticorpos. O soro seria, então, extraído do sangue do animal.
Não fica claro qual é o papel do tabaco nesse processo. Mas a agência Bloomberg afirma que a Kentucky BioProcessing, subsidiária da fabricante de cigarros Reynolds, processou a droga para a Mapp.
Coquetel de drogas
Os anticorpos estão contidos em dois componentes diferentes. O primeiro, chamado MB-003, foi criado pela própria Mapp. O segundo componente, o ZMAb, foi desenvolvido pela Defyrus, de Toronto, no Canadá, com apoio do governo canadense.
Esse coquetel de drogas só foi identificado como possível tratamento contra a ebola em janeiro deste ano. Por isso, ele ainda está na fase inicial da longa maratona de testes exigida para que seja certificado para uso regular.
Por enquanto, é um medicamento experimental, disponível em quantidades muito limitadas. Só havia sido testado em alguns poucos macacos, com resultados animadores.
Segundo a Mapp, quatro macacos receberam o tratamento 24 horas após a contaminação com ebolavírus. Todos eles sobreviveram. Outro grupo de macacos foi medicado 48 horas após a contaminação. Metade deles sobreviveu.
Três ampolas
Esses dados indicam que é crucial iniciar o tratamento o mais rapidamente possível quando alguém é infectado. Para atender aos dois voluntários americanos hospitalizados na Libéria, três ampolas de ZMapp congelado foram enviadas ao país.
Segundo relato da CNN, a primeira dessas três doses foi aplicada no médico Kent Brantly, que estava em estado grave na última quinta-feira. Brantly tinha dificuldade para respirar e chegou a afirmar que iria morrer. Por telefone, ele disse adeus à esposa.
Apenas uma hora depois de receber o soro, Brantly já estava respirando normalmente. No dia seguinte, foi capaz de tomar banho sozinho e embarcou numa ambulância aérea que o levou de volta aos Estados Unidos.
A outra paciente, a missionária Nancy Writebol, não reagiu tão bem ao tratamento inicial. Por isso, os médicos deram a ela a terceira ampola de ZMapp. Isso trouxe alguma melhora e permitiu que ela também fosse levada de volta aos Estados Unidos, aonde chegou nesta terça-feira.
São Paulo -- Mortal em 90% dos casos, a ebola vem desafiando as tentativas dos cientistas de encontrar um tratamento eficaz. Mas uma nova esperança surgiu nesta semana. Dois voluntários americanos infectados pelo ebolavírus parecem ter sido salvos por um medicamento ainda experimental.
Esse soro secreto (como vem sendo chamado pela imprensa americana) chama-se ZMapp. Foi desenvolvido pela Mapp Biopharmaceutical, empresa com apenas nove funcionários em San Diego, na Califórnia, que pesquisa medicamentos contra ebola há dez anos.
A Mapp faz segredo sobre o ZMapp. A empresa só diz que ele é uma combinação de três anticorpos monoclonais (gerados pela clonagem de uma única célula) produzidos em plantas como o tabaco e, depois, "humanizados".
James Hamblin, do site The Atlantic, afirma que os anticorpos são incubados em ratos, o que é bastante plausível. Nesse caso, o processo seria similar ao empregado para obter o soro antiofídico usado para tratar picadas de cobras.
Uma pequena quantidade do vírus (possivelmente enfraquecido por algum processo químico) seria injetada no rato, levando seu sistema imunológico a produzir anticorpos. O soro seria, então, extraído do sangue do animal.
Não fica claro qual é o papel do tabaco nesse processo. Mas a agência Bloomberg afirma que a Kentucky BioProcessing, subsidiária da fabricante de cigarros Reynolds, processou a droga para a Mapp.
Coquetel de drogas
Os anticorpos estão contidos em dois componentes diferentes. O primeiro, chamado MB-003, foi criado pela própria Mapp. O segundo componente, o ZMAb, foi desenvolvido pela Defyrus, de Toronto, no Canadá, com apoio do governo canadense.
Esse coquetel de drogas só foi identificado como possível tratamento contra a ebola em janeiro deste ano. Por isso, ele ainda está na fase inicial da longa maratona de testes exigida para que seja certificado para uso regular.
Por enquanto, é um medicamento experimental, disponível em quantidades muito limitadas. Só havia sido testado em alguns poucos macacos, com resultados animadores.
Segundo a Mapp, quatro macacos receberam o tratamento 24 horas após a contaminação com ebolavírus. Todos eles sobreviveram. Outro grupo de macacos foi medicado 48 horas após a contaminação. Metade deles sobreviveu.
Três ampolas
Esses dados indicam que é crucial iniciar o tratamento o mais rapidamente possível quando alguém é infectado. Para atender aos dois voluntários americanos hospitalizados na Libéria, três ampolas de ZMapp congelado foram enviadas ao país.
Segundo relato da CNN, a primeira dessas três doses foi aplicada no médico Kent Brantly, que estava em estado grave na última quinta-feira. Brantly tinha dificuldade para respirar e chegou a afirmar que iria morrer. Por telefone, ele disse adeus à esposa.
Apenas uma hora depois de receber o soro, Brantly já estava respirando normalmente. No dia seguinte, foi capaz de tomar banho sozinho e embarcou numa ambulância aérea que o levou de volta aos Estados Unidos.
A outra paciente, a missionária Nancy Writebol, não reagiu tão bem ao tratamento inicial. Por isso, os médicos deram a ela a terceira ampola de ZMapp. Isso trouxe alguma melhora e permitiu que ela também fosse levada de volta aos Estados Unidos, aonde chegou nesta terça-feira.
FONTE:
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/medicamento-secreto-salvou-voluntarios-americanos-com-ebola
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