Os especialistas do Instituto Politécnico de Tomsk
reuniram dados sobre a interação da água com os minerais de montanha e
as alterações nas suas propriedades geoquímicas ao longo de milhões de
anos. Eles chegaram à conclusão que essas alterações podem ter criado
condições favoráveis ao aparecimento da vida no nosso planeta.
Há
muitas hipóteses acerca do aparecimento da vida na Terra. Existe a
opinião que os primeiros organismos terão surgido no oceano devido a
colisões casuais de moléculas que se terão transformado em aminoácidos.
Outra versão diz que a vida terá surgido nos gêiseres. A terceira é a
teoria da panspermia, ou seja, da migração de seres vivos a partir do
espaço através de asteroides e de cometas. A versão completamente
exótica da “panspermia dirigida” diz que os seres vivos foram
transportados até nós em aparelhos não-tripulados por civilizações muito
avançadas.
Os geólogos de Tomsk estão convencidos que a
chave para desvendar o aparecimento da vida deve ser procurada
exclusivamente nos processos de interação da água com minerais duros. A
conclusão se baseia em análises dos dados obtidos pelas expedições. Os
cientistas recolhiam amostras e mediam os parâmetros da água em diversas
regiões – lá, onde se pode observar os diferentes estágios da sua
evolução. No âmbito desse projeto as investigações foram realizadas na
China, no Cazaquistão, no Vietnã e, claro, na Rússia, explicou à Voz da
Rússia o diretor científico do Instituto Politécnico de Tomsk, Stepan
Shvartsev:
“Nós pensamos que a evolução teve início na
matéria não viva, no sistema “água-minerais”, e estudamos os mecanismos
que explicam como isso acontece em detalhe. Eles se repetiram mais tarde
nos sistemas biológicos, mas já com a matéria orgânica. O mecanismo é
muito simples, tal como tudo o que é genial. A água não pode atingir um
estado de equilíbrio com os minerais que formaram a Terra. Eles são os
basaltos que compõem todos os planetas do Sistema Solar. A água não pode
atingir o estado de equilíbrio com esses minerais – ela os dissolve.
Essa é uma propriedade inerente à água. Nem terremotos, nem explosões
nucleares, nada pode parar esse processo de diluição. Nesse processo se
formam novas ligações secundárias que antes não existiam na Terra”.
Segundo
o cientista, isso pode ser explicado com o exemplo do funcionamento do
nosso organismo. Nós comemos, obtendo certas substâncias, mas depois o
organismo as processa, ocorre a síntese de substâncias completamente
diferentes. Da mesma forma funciona a água no processo de evolução. Na
sua essência, a vida é a forma de existência de sistemas hídricos
complexos. Os processos geoquímicos, que acontecem na interação entre a
água e o mineral, têm por base o mecanismo da formação de ligações mais
complexas. Os geólogos siberianos são da opinião que é precisamente a
água que forma o mundo que a rodeia.
Os cientistas do
Instituto Politécnico de Tomsk já estudam há 30 anos os processos de
“comunicação” da água com os minerais. Durante esse período ficou
provado que esses processos são completamente independentes dos fatores
externos. A água define as condições de formação das novas ligações
minerais e orgânicas que antes não existiam na Terra, ou seja, define o
programa da evolução global. O trabalho dos cientistas siberianos tem
não apenas um vetor histórico, ele aponta para o futuro – permite prever
as alterações na composição da água e mesmo descobrir novas jazidas de
matérias-primas. O modelo hidrogeológico dos especialistas de Tomsk é
usado, nomeadamente, na avaliação das reservas de petróleo da Plataforma
Siberiana.
0 comentários:
Postar um comentário
Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.