sábado, 17 de maio de 2014

Os oligarcas ucranianos terão o destino dos patrocinadores de Hitler?

Ucrânia, política, bandeira

A decentralização do poder, o status especial de Donbass e a manutenção da região na composição da Ucrânia – tais palavras soam com frequência nos últimos tempos.

No entanto é estranho ouvi-las dos lábios de oligarca ucraniano. E justamente tal mensagem foi gravada no YouTube por um dos homens mais ricos do país, Rinat Akhmetov.
Isto indica que os oligarcas ucranianos começam a entender? O mais provável é que seja agonia: os especialistas consideram que os “detentores do poder” que dividiram a Ucrânia, compreendem que seu pequeno império chega ao fim.
O Euromaidan proclamou que luta contra o poder dos oligarcas na Ucrânia. Mas assim que a “eurorevolução” venceu em Kiev o principal lema foi esquecido. Lançando o país ao caos, o chamado governo começou a distribuir as regiões ucranianas e propriedades aos oligarcas, nomeando-os governadores.
Deram a Serguei Taruta a região de Donetsk. Como se vê pelos últimos acontecimentos o novo dirigente não deu conta de suas obrigações e nomearam Rinat Akhmetov para cuidar dele. A região de Dnepropetrovsk foi encabeçada por Igor Kolomoisky. O cidadão de Chipre, Konstantin Grigorichin, cuja fortuna é avaliada em 1,2 bilhão de dólares, obteve a possibilidade de encabeçar a região de Suma – é verdade que ele não se apressou em deixar a ilha ensolarada e ir para lá.
O novo ucraniano, Vadim Novinsky, há um par de anos renunciou ao passaporte russo e por decreto do chamado presidente Turchinov deveria encabeçar a Crimeia. Por motivos compreensíveis Novinsky já não irá à península russa, a não ser na qualidade de turista.
Quem são essas pessoas? Apresentamos breves informações sobre as principais figuras do processo ucraniano.
Assim, Serguei Taruta é co-proprietário da corporação ISD, presidente do clube de futebol Metalurg. Em 2008, com uma fortuna de três bilhões, era o oitavo na lista dos ucranianos mais ricos, no ano passado ele tinha apenas 597 milhões de dólares.
Igor Kolomoisky – fundador e proprietário do Privat o maior grupo industrial-financeiro da Ucrânia. Segundo lugar no rating de ricaços ucranianos, com uma fortuna de 3,6 bilhões de dólares.
Rinat Akhmetov – o homem mais rico da Ucrânia. É verdade que no rating mundial de bilionários ele é apenas o vigésimo sexto, com uma fortuna de 22 bilhões.
E não são totalmente pobres o “rei do chocolate” Piotr Poroshenko e a “princesa do gás” Yulia Tymoshenko – mas estes querem logo a cadeira presidencial.
Contudo voltemos à mensagem de Rinat Akhmetov. Por que ele se calou quando a junta de Kiev matou pessoas em Slavyansk e Mariupol? E somente em 11 de maio, no dia do referendo sobre o status das regiões de Donetsk e Lugansk, o grupo Metinvest, pertencente a Akhmetov, exortou as autoridades de Kiev a cessar a operação de guerra.
A explicação é simples: em virtude da crise que tomou conta da Ucrânia a fortuna do oligarca diminuiu bruscamente e depois do referendo surgiu a perspectiva de perder totalmente o negócio. E os vizinhos de Akhmetov no rating de bilionários também não podem ser suspeitos de amor ao próximo e preocupação com os destinos do país – assinala o politólogo ucranianista Bogdan Bezpalko:
“O desejo de Akhmetov de pronunciar-se a respeito parece, por um lado, vontade de apoiar os sublevados na república popular de Donetsk – mas no âmbito da legislação ucraniana – e por outro lado isto pode ser avaliado como anseio de preservar seus ativos nessas regiões. Em todo caso todos os oligarcas ucranianos agora já compreendem bem que para os poderosos jogadores geopolíticos não têm valor a Ucrânia, nem seus moradores, nem eles próprios com todos seus capitais, mesmo que cheguem a 30 bilhões de dólares. E começam a pensar em que lado escolher”.
Deve-se dizer que os oligarcas governadores já mostraram do que são capazes no governo de seus “feudos”. Os métodos, aliás, são perfeitamente feudais. Cada um deles tem exército, pequeno, constituído de mercenários profissionais bem alimentados. Já se sabe que justamente esses destacamentos de Kolomoisky fizeram a carnificina em Odessa, onde dezenas de habitantes pacíficos foram queimados e centenas desapareçam. Estes mercenários seqüestram, espancam e matem os líderes do movimento pela soberania do Sudoeste e seus partidários.
Rinat Akhmetov, como dizem fontes informadas, foi pela criação de brigadas criminais, que disparavam contra comícios antifascistas. Ele também, sendo membro do Partido das Regiões, financiava secretamente a atividade dos nacionalistas do Liberdade de Oleg Tyagnibok. Também os acima citados Igor Kolomoisky e Vadim Novinsky financiavam as estruturas de combate desse partido nacionalista.
As ações agressivas e com freqüência desordeiras dos oligarcas na Ucrânia indicam a confusão que reina em seu meio. Eles sentem que seu império não viverá muito – considera o analista Grigori Trofimchuk:
“Pelo visto na etapa atual esta camada será praticamente destruída em 100%. Assim que à parte da Ucrânia que restar – depois de todos referendos e soberanias – vier o Ocidente, com todas as suas estruturas e bancos, com os quais os oligarcas ucranianas não podem concorrer. Mais do que isto, o Ocidente atua neste plano com bastante rigidez, não apenas no plano econômico. Estes primitivos oligarcas ucranianos serão liquidados. Na minha opinião ao colocá-los como governadores tornaram-nos reféns”.
Resumindo, de que lado não olhemos, os principais atores do teatro ucraniano terão problemas. Suponhamos que todos os “euromaidanes” e a revolução sejam questão puramente interna da Ucrânia. Mas, lembremos: nos anos 30 do século passado os oligarcas de então – grandes industriais da Alemanha – apoiaram Hitler. Eles financiaram os motins fascistas e represálias contra os comunistas. E estavam convictos de que depois dirigiriam o movimento nazista. E o que aconteceu com esses oligarcas?
O pior é que quem encomendou todo o bacanal ucraniano espera sua hora X do outro lado do oceano. Mesmo que os industriais ucranianos tomem sob controle os nazistas ucranianos, cada um deles terá seu controlador. Parentes próximos de políticos dos EUA, como se sabe, já dividem lugares nas corporações americano-ucranianas.
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