por Leiliane Roberta Lopes
Desmond Tutu, arcebispo emérito da Igreja Anglicana na Cidade do Cabo, na África, disse recentemente que prefere ir para o inferno a ficar em um céu homofóbico. Ativista dos direitos humanos, o religioso discursou em defesa dos homossexuais durante um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) na África do Sul.
Ao criticar líderes religiosos que não aceitam o homossexualismo, Tutu afirmou que não acreditaria em Deus se Ele fosse homofóbico. “Eu não veneraria um Deus que fosse homofóbico e é assim que me sinto para falar sobre isso”.
Em sua fala, Desmond Tutu disse também que se recusaria a entrar no céu se lá for um paraíso onde os homossexuais não possam entrar. “Chegaria lá e diria: ‘sinto muito’, prefiro ir para ‘o outro lugar”.
O evento “Livres e Iguais” aconteceu na última sexta-feira (26) como parte da campanha da ONU em defesa da comunidade LGBT na África do Sul e ali o religioso, que já recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1984, discursou ao lado de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, e Navi Pillay, da alta comissária para os direitos humanos.
Tutu afirma que Deus não odeia os gays, porque eles foram criados por Ele dessa forma, ou seja, o líder anglicano acredita que a pessoa nasce homossexual. “Vocês podem imaginar alguém como eu, que disse que é injusta a punição por algo que não temos escolha como cor e sexo, se cale quando pessoas são perseguidas e assassinadas por sua orientação sexual?”
O arcebispo emérito está disposto a lutar contra a discriminação de homossexuais com a mesma garra que lutou pelo fim do racismo em seu país. “Temos que construir uma sociedade tolerante, e não teremos uma sociedade livre até que todas e cada uma das pessoas sejam reconhecidas e aceitas pelo que são”.
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