
Foto: Flickr.com/Times Asi /cc-by
A agência nipônica Kyodo News divulgou documentos alegadamente preparados pela direção militar chinesa no verão de 2013. Os documentos contêm um plano de ação das Forças Armadas da China no caso de uma crise na Coreia do Norte.
Na imprensa mundial, estes documentos têm sido vistos
como um autêntica sensação, comprovando a desconfiança de Pequim em
relação ao seu aliado norte-coreano.
Entretanto, o plano
parece moderado e sensato. Trata-se de organização, nas zonas
fronteiriças chinesas, de campos de refugiados, o reforço da proteção da
fronteira e até de seu encerramento em casos de emergência. Se assinala
ainda a necessidade de “atender líderes de grupos norte-coreanos em
oposição, que possam procurar refúgio no território chinês”. Assim, as
autoridades chinesas devem, por um lado, garantir a sua segurança e, por
outro, mantê-los sob o seu controle.
Depois de
divulgada esta notícia sensacionalista, o governo chinês emitiu um
desmentido, anunciando que os documentos divulgados por jornalistas
nipônicos não são verdadeiros.
Seja como for, convém ter
uma atitude cética em relação a declarações como essa. Diplomatas
chineses disseram aquilo o que deviam dizer nessa situação. Mesmo que os
documentos não sejam falsos, a China não pode reconhecer esta
circunstância, uma vez que ninguém em Pequim quer complicar as relações
já bem complicadas com a Coreia do Norte. Mas como a publicação causou
uma enorme ressonância, não se podia ignorá-la: o silêncio de Pequim
teria sido interpretado com um reconhecimento da autenticidade dos
documentos em causa.
A situação na Coreia do Norte
realmente continua difícil, muito próxima de uma crise muito grave. No
final das contas, nos últimos 10-15 anos, temos constatado a ruína de
regimes políticos muito mais estáveis. Por isso, os especialistas e
peritos não escondem o fato de a China estar se preparando para ações a
empreender no caso de uma crise interna norte-coreana.
Se
a situação na Coreia do Norte se desestabilizar e sair do controle,
sofrerá, antes de mais nada, a China devido à sua situação geográfica.
Claro que, nesse caso, a maioria dos refugiados norte-coreanos partirá
com destino à China.
A fronteira entre a China e a
Coreia do Norte tem a extensão de 1.400 km e se protege muito mal.
Enquanto isso, o número de refugiados poderá se estimar em centenas de
milhares, a maior parte dos quais serão, pelo visto, antigos militares
do exército norte-coreano com as armas na mão. Através da China poderão
ser transportados ainda as armas nucleares e outros tipos de armas de
extermínio em massa da Coreia do Norte.
0 comentários:
Postar um comentário
Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.