O Exército tailandês diz que decretou a lei marcial para manter a paz
O chefe do Exército da Tailândia vai conversar com os principais líderes políticos do país, após a declaração da lei marcial na terça-feira.
Esta lei transfere os poderes de Estado para as Forças Armadas, suspendendo total ou parcialmente os direitos civis.
O general Prayuth Chan-Ocha solicitou encontro com o governo, o presidente do Senado e as duas principais facções que estão protestando no país.
Após as conversas deve ficar mais claro se os militares vão limitar-se a manter a segurança ou se vão ampliar seus poderes, diz um correspondente da BBC.
Por hora, o Exército nega que a decretação da lei seja um golpe de Estado. Na terça-feira, o primeiro-ministro interino apelou aos militares para que ajam de forma pacífica.
Niwatthamrong Boonsongphaisan também disse que pediu que novas eleições sejam marcadas para agosto, depois que o último pleito realizado em fevereiro foi anulado.
Impasse
A Tailândia já vive seis meses de agitação desde que manifestantes iniciaram uma campanha em novembro de 2013 para derrubar o governo. Pelo menos 28 pessoas foram mortas e centenas, feridas.
O Exército anunciou a lei marcial nas primeiras horas de terça-feira com a intenção de "preservar a ordem e trazer de volta paz".
Ele citou uma lei 1914, que permite a intervenção em tempos de crise, mas insistiu que não se tratava de um golpe.
Protesto pró-governo realizado no início do mês pelos 'camisas vermelhas'
Soldados ocuparam estações de TV e rádio em Bangkok - tanto pró e antigoverno - e se mudaram para o prédio do governo atualmente desocupado.
O país vive um impasse político desde que os militares derrubaram o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra em 2006.
Ele era amplamente admirado pelos pobres e eleitores rurais, mas desprezado pela elite urbana, que forma o núcleo do movimento de protesto atual.
Apesar de deposto, seus aliados foram eleitos nas duas últimas eleições realizadas pós-golpes.
Sua irmã, Yingluck Shinawatra, ganhou o governo no pleito de fevereiro até que foi deposta por um tribunal no início deste mês.
Os manifestantes dizem que o dinheiro da família Shinawatra corrompeu a democracia na Tailândia e quer que uma administração seja nomeada para reformar o sistema político antes da realização de novas votações.
Mas qualquer movimento nesse sentido poderia enfurecer os "camisas vermelhas", partidários do governo que juraram protestar.
FONTE:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140521_tailandia_conversas_ms.shtml
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