quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Governo da Bolívia expulsa Coca-Cola do país onde o McDonalds faliu


Texto publicado em 01/08/2012 - 15:17
Agora é oficial: David Choquehuanca, ministro das Relações Exteriores da Bolívia, declarou que a gigante norte-americana Coca-Cola estará fora do país até o fim do ano após anos de boatos a respeito. A decisão, segundo ele, é parte das comemorações do calendário maia, que inicia novo ciclo a partir de 21 de dezembro, e celebra “o fim do capitalismo e o começo da cultura da vida”. A notícia foi divulgada pela Agência Venezuelana de Notícias (AVN).
O ministro boliviano declarou que a decisão pela expulsão da fábrica de refrigerantes tem razões culturais e de saúde, uma vez que a Coca-Cola ajuda a causar enfartes, derrames e câncer, além de ser aliado da obesidade. “O 21 de dezembro representará o fim da Coca-Cola e o começo do refresco de mocochinche (suco à base de pêssego). Os planetas se alinham depois de 26 mil anos. É o fim do capitalismo e o começou do comunitarismo”, declarou Choquehuanca.
O presidente Evo Morales já havia lançado uma ofensiva contra a Coca-Cola ao respaldar, em janeiro de 2011, a criação de dois refrigerantes à base da folha de coca por uma empresa boliviana: o Coca-Brynco, de cor verde, e a Coca-Colla, bastente similar ao da concorrente norte-americana, mas que ainda contém extrato da erva típica dos andes (a Coca-Cola deixou de tê-la em 1929).
Eram dois os objetivos: primeiro, criar um concorrente à gigante dos refrigerantes, e, segundo, tentar dissuadir a opinião pública internacional sobre a proibição da coca. “O uso da folha de coca não provoca efeitos físicos negativos e tem valor terapêutico e cultural a nosso povo”, disse Morales à época.
A decisão ocorre quase um ano depois da falência do McDonalds no país.  As oito unidades da rede de fast food fecharam as portas após 14 anos amargando prejuízo e tentando alternativas para atrair o consumidor boliviano, bastante apegado à culinária tradicional. Foi o primeiro país da América Latina a ficar sem McDonalds depois de Cuba.

Fonte: CartaCapital
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