sábado, 14 de abril de 2018

ATENÇÃO: Sinédrio de Israel pede “ajuda” aos árabes para construir Terceiro Templo

Carta aberta cita profecia de Isaías e quer templo ao lado de mesquita em Jerusalém



Mesquita de Omar e Terceiro Templo

O restabelecimento do Sinédrio de Israel, um tribunal religioso judaico formado por 71 homens, está diretamente ligado aos planos de construção do Terceiro Templo em Jerusalém. Várias organizações sediadas na capital – sendo a mais conhecida do Instituto do Templo – trabalham para que a construção comece logo, apesar das complexas questões políticas e religiosas envolvidas.

Decididos a acelerar o projeto, o Sinédrio publicou uma carta aberta, em hebraico, inglês e árabe convidando os povos árabes, como filhos de Ismael, a apoiarem o Terceiro Templo, conforme uma profecia de Isaías. Para os líderes judeus, isso poderia ajudar no estabelecimento no mundo inteiro da paz global que caracterizará a era messiânica. Eles acreditam que haveria espaço no monte do Templo para a edificação ficar ao lado das duas mesquitas.

A carta diz: “Queridos irmãos, filhos de Ismael, a grande nação árabe. Com a graciosa ajuda do protetor e Salvador de Israel, Criador do mundo por aliança, declaramos que os passos do Messias já são claramente ouvidos e que chegou o momento de reconstruirmos o Templo no Monte Moriá, em Jerusalém, em seu lugar original. ”

O relato cita uma profecia de Isaías [60:4-6] sobre Jerusalém que diz: “Olhe ao redor e veja: todos se reúnem e vêm a você; de longe vêm os seus filhos, e as suas filhas vêm carregadas nos bra­ços. Então você o verá e ficará radiante; o seu coração pulsará forte e se encherá de alegria, porque a riqueza dos mares será trazida a você, e a você virão as riquezas das nações. Manadas de camelos cobrirão a sua terra, camelos novos de Midiã e de Efá. Virão todos os de Sabá carregando ouro e incenso e proclamando o louvor do Senhor”.

De acordo com os membros do Sinédrio, alguns dos locais citados pelo profeta são de territórios árabes. “Conforme profetizado por Isaías o seu papel [dos árabes] é essencial e terão posição honrosa em manter o Templo e apoiá-lo com sacrifícios de cordeiro e incenso para receberem as bênçãos de Deus. Sendo assim, temos certeza de que vocês escolherão meios pacíficos e evitarão a todo custo a hostilidade e a violência. E temos certeza de que juntos abriremos portas para mais amor e respeito”, argumentam.

O documento foi assinado por dezenas de rabinos respeitados e enviado para diferentes principais instituições e líderes árabes. Até o momento, nenhum deles respondeu.

O rabino Yehoshua Hollander, membro do Sinédrio, acredita que a edificação de um novo Templo judeu será “uma ponte importante” para as outras nações.

“Os judeus são ordenados a serem uma nação de sacerdotes”, disse Hollander, citando o versículo de Êxodo 19:6. “Nós devemos servir ao mundo inteiro para se conectar com o Eterno. O Sinédrio os está convidando a se beneficiarem disso, pois o Templo é bom para o mundo inteiro. Esse aspecto universal faz parte da essência do que o Templo é: uma casa de oração para todas as nações.”



Projeto do Terceiro Templo. (Foto: Shuttestock).

O rabino Hillel Weiss, porta-voz do Sinédrio, explicou os motivos que os levaram a escrever a carta: “Não estamos pedindo apoio monetário nem pedindo permissão de governos estrangeiros ou do governo israelense. Construir o Templo não é uma questão política ou legal. A carta não desafia outras religiões…. Estamos apenas pedindo a eles que estejam preparados para tomarem parte no culto de serviço a Deus”.

Local disputado

O monte Moriá, mais comumente chamado de Monte do Templo, fica no centro da Cidade antiga de Jerusalém, que é cercada por muralhas. Ali foi construído o primeiro Templo, pelo rei Salomão, e o segundo por Zorobabel, posteriormente reformado pelo rei Herodes, o grande. No ano 70 d.C. ele foi destruído junto com toda a Jerusalém, pelos exércitos do general Tito.

Desde o século VIII no alto desse monte estão duas mesquitas, a de Omar ou Domo da Rocha – conhecida por sua cúpula dourada – e a de Al Aqsa, termo árabe para “a mais distante”, que tem uma cúpula cinza.

Segundo a tradição oral islâmica, Jerusalém seria o terceiro local mais sagrado do Islamismo, depois das cidades de Meca e Medina, na Arábia Saudita.

Contudo, não existe menção nenhuma a Jerusalém no Alcorão. O trecho inicial da 17ª surata diz: “Glorificado seja Aquele que, durante a noite, transportou o Seu servo, tirando-o da Sagrada Mesquita [de Mecca] e levando-o à Mesquita Mais Distante, cujo recinto bendizemos, para mostrar-lhe alguns dos nossos sinais”.

Escrito em 621 d.C, o livro-base da fé islâmica não dá detalhes de onde ficava essa “mesquita al aqsa”. A narrativa do Alcorão garante que a viagem mística foi feita no lombo de um cavalo alado, chamado Al Buraq, que levou Maomé até um lugar muito longe onde ele subiu aos céus em uma longa escada.

Historicamente, sabe-se que o fundador do islamismo nunca esteve fora da Península Arábica. Somente por volta do ano 715 d.C é que Jerusalém foi associada ao lugar onde supostamente Maomé ascendeu ao céu.

Foi a dinastia dos Omíadas, a primeira do islamismo, que construiu as duas mesquitas no Monte do Templo. Sediados em Damasco, na Síria, os Omíadas governaram um império enorme que incluía o território de Israel.

É o que explica o doutor Mordechai Kedar, professor do Departamento Árabe da Universidade Bar-Ilan, em Tel Aviv. “Jerusalém não é mencionada no Alcorão e não há base crível de que Jerusalém tinha algum significado para Maomé”.

“Jerusalém só teve alguma importância para o Islã no final do século VIII. Impedidos pelos beduínos e guerras tribais na época, eles tentaram trazer a fé muçulmana para mais perto deles. Por isso criaram uma hajj (peregrinação) até Jerusalém, pois não conseguiam chegar até Meca. Eles mudaram o local da Viagem Astral de Maomé para Jerusalém visando justificar sua decisão.”

Porém, isso durou apenas oito anos. “Quando os omíadas conseguiram novamente abrir caminho no deserto para viajar até Meca, Jerusalém foi esquecida”, lembra Kedar. Ela só voltou a ser disputada pelos árabes na época das Cruzadas, quando exércitos de reinos cristãos tentaram tomá-la dos muçulmanos. Com informações Breaking Israel News [2]

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