Foto: RIA Novosti
No mapa do mundo continuam existindo muitos pontos quentes: conflitos armados, guerras locais, ataques terroristas e atos de genocídio. Milhares de pessoas morrem diariamente em operações militares. Será que, depois de ter vivido no século XX a guerra mais sangrenta, o mundo não retirou suas lições?
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial parecia que todos os povos do mundo tinham percebido até que ponto a guerra é horrível. Hoje porém, 69 anos depois, os confrontos militares não desaparecem, continuam as invasões de outros países, atos de agressão direta e os ataques terroristas. Tudo isso acontece apesar das intervenções e apelos à paz da Organização das Nações Unidas. No século XXI a guerra continua sendo considerada como uma forma para a resolução de conflitos, diz o perito principal da Fundação da Perspectiva Histórica Pavel Svyatenkov:
“O próprio fato de existirem guerras regionais comprova a inexistência de um sistema internacional porque, se olharmos para a situação dos anos de 1815-1855, quando na Europa existia a Santa Aliança, e os anos de 1945-1991, foi precisamente nesses períodos que não houve guerras na Europa. E não houve porque existia um sistema claro, existiam zonas de responsabilidade das grandes potências que não permitiam quaisquer guerras. A possibilidade de ocorrerem conflitos militares significa precisamente que não existe um sistema, ou que esse sistema falhou.”
A retirada da legitimidade à ONU é um fato geralmente reconhecido. A Organização das Nações Unidas se transformou de fato, no início do século XXI, numa organização humanitária global com um aparelho burocrático ineficaz. Os quatro anos da guerra do Iraque, o conflito israelo-palestino, os bombardeamentos da Iugoslávia e da Líbia e a guerra civil na Síria comprovaram perante todo o mundo a incapacidade de a ONU em resolver os conflitos militares, ou seja, em cumprir as funções que foram atribuídas à organização na altura da sua criação.
A ordem mundial que foi estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial já não existe, refere o diretor da fundação Memória Histórica Alexander Dyukov:
“A situação política mudou. O mundo se tornou mais monopolar. Os EUA acham possível começar guerras simplesmente porque ninguém no mundo é capaz de o impedir. Quais podem ser as lições a retirar da Segunda Guerra Mundial quando foi destruído o sistema de relações internacionais, quando apesar das proibições do Conselho de Segurança da ONU se pode começar uma guerra, bombardear outro país e impor-lhe as suas ideias sobre o futuro para a humanidade?”
Os peritos registram ainda outra particularidade dos conflitos modernos. A agressão contra um ou outro país nem sempre começa com um ataque militar. Tudo começa com uma posição de duplos critérios, de sanções econômicas, de guerras informativas e da luta pela democracia, refere o cientista político Vilen Ivanov:
“Claro que os conflitos podem se desenvolver de diferentes formas. Nem sempre eles assumem a forma militar. Eles podem surgir como uma confrontação diplomática ou econômica. Naturalmente que qualquer conflito esconde também novas ameaças. Como no caso, por exemplo, das Coreias do Norte e do Sul ou da disputa sobre as ilhas entre o Japão e a China. Esses são focos potenciais de tensão que seria ideal resolver apenas pela via diplomática.”
O século XX entrou para a História como o mais bélico e sangrento. Em guerras, conflitos militares e outros tipos de violência armada no século passado morreram mais de 150 milhões de pessoas. A maioria dos analistas políticos pensa que, se revermos os resultados da Segunda Guerra Mundial e desprezarmos as suas lições, tal poderá provocar novas horríveis tragédias no século XXI.
FONTE:
http://portuguese.ruvr.ru/2014_05_08/o-mundo-esta-sendo-abalado-por-guerras-1739/
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