Lugar é mencionado no livro de Macabeus.
Fortaleza histórica é descoberta em Jerusalém
Há mais de cem anos arqueólogos procuravam a fortaleza do governante grego Antíoco Epifânio. Durante muitos anos os pesquisadores debateram a localização da cidade de Acra, construída a mais de dois mil anos atrás por Epifânio, rei do império selêucida. A maioria afirmava que ficava na atual idade Velha de Jerusalém, junto à colina onde templos judeus estiveram no passado.
Após uma década de trabalho, nesta terça (03), a Autoridade de Antiguidades de Israel divulgou as provas ‘inequívocas’ encontradas no sítio arqueológico de Givati, que fica dentro da região conhecida como ‘cidade de Davi’. As ruínas estão do lado de fora dos muros da Cidade Velha com vista para um vale ao sul.
Além de partes das muralhas da fortaleza, a escavação revelou pontas de flechas de bronze, bolas de chumbo para estilingue e pedra usadas em catapultas, típicas daquele período histórico. Essa é uma das descobertas arqueológicas mais importantes dos últimos anos em Jerusalém.
Antíoco travou contra os judeus as batalhas descritas no Livro de Macabeus, que embora não seja considerado inspirado, tem inegável valor histórico. Os confrontos que resultaram na morte de centenas de judeus são lembrados todos os anos durante a celebração do “Chanuká”. As Bíblias católicas possuem os livros de Primeira e Segunda Macabeus.
Esta é a primeira vez que arqueólogos conseguem comprovar a existência da fortaleza, com vestígios arquitetônicos que remetem ao domínio grego de Jerusalém. Nos últimos meses os pesquisadores acharam uma parede maciça, a base de uma torre com 4 metros de largura e 20 de comprimento e uma Halaklaka, espécie de rampa escorregadia que impedia que os invasores subissem pela base dos muros.
Segundo os registros históricos, era dessa fortaleza que Antíoco supervisionava Jerusalém e o Templo. Os acontecimentos em Israel quando ele emitiu decretos de perseguição religiosa contra os judeus estão registrados nos escritos de Flávio Josefo.
Epifânio reinou sobre a Síria entre 175 a.C. e 164 a.C. Em 167 a.C. invadiu Israel e profanou o Templo, proibindo o culto judaico, a guarda do sábado, além de costumes como a circuncisão. Saqueou toda Jerusalém de suas riquezas e mandou construir um altar no Templo onde sacrificava porcos.
De acordo com fontes antigas, os habitantes de Jerusalém sofreram muito sob seu domínio. O sistema de fortificação grego resistiu a diversas tentativas de conquista. Somente no ano 141 a.C., após um longo cerco que quase matou de fome a guarnição grega, Simão, o Hasmoneu, foi capaz de derrotá-los.
Após sua vitória, os judeus conseguiram estabelecer um reino judaico independente na região entre 142 a.C. e 63 a.C., quando foram dominados pelos romanos. Durante este período a família dos Macabeus (também chamados de Asmoneus) iniciou uma nova dinastia real e sacerdotal, tendo ao mesmo tempo o poder político como o religioso.
Os arqueólogos Doron Ben-Ami, Yana Tchekhanovets e Shlomo Cohen, que lideram a escavação emitiram nota à imprensa.
“Este reduto militar controlava todos os acessos ao Monte do Templo. As numerosas moedas encontradas, que são desde os dias de Antíoco IV até os dias de Antíoco VII, além do grande número de jarros de vinho importados fornecem evidências do momento em que as pessoas viviam na fortaleza, e comprova que seus habitantes eram estrangeiros”.
Até uma década, o local abrigava um estacionamento. A equipe de Ben-Ami escavou uma colina artificial composta por várias camadas de terra deixadas por diferentes culturas. Com informações de Ynet News
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