Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusalém, disse que a declaração é 'completamente infundada' e que 'Hitler não precisava ser convencido por ninguém'
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel(David W Cerny/Reuters/VEJA)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, causou um mal-estar nesta quarta-feira, 21, após declarar que Adolf Hitler não queria "exterminar" os judeus, mas expulsá-los da Europa, enquanto o mufti de Jerusalém, Haj Amin Al-Husseini, foi quem lançou a ideia de uma "solução final" para eles. Segundo Netanyahu, em discurso durante o Congresso Mundial Sionista, al-Husseini disse a Hitler que se fossem expulsos, os judeus seriam levados à Palestina, por isso era precisa matá-los. Questionado, o primeiro-ministro israelense respondeu que não queria absolver o líder nazista, mas mostrar que o pai da nação palestina pediu a destruição do povo hebreu e continua a ser admirado.
Em Israel, o líder opositor Isaac Herzog chamou atenção para a "perigosa distorção" dos fatos e pediu que o premiê "se corrija imediatamente, pois minimiza o Holocausto e a responsabilidade de Hitler nesta terrível tragédia para nosso povo". "Como o filho de um historiador, ele deveria ser mais acurado", disse, acrescentando que "existiu apenas um Hitler". Em entrevista, o diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusalém, Efraim Zuroff, disse que a declaração é "completamente infundada" e que "Hitler não precisava ser convencido por ninguém".
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse que o premiê está querendo mudar a história. Para o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, as declarações são "moralmente indefensáveis e incendiárias". "Netanyahu odeia tanto os palestinos que está disposto a absolver Hitler do assassinato de seis milhões de judeus", apontou.
Ainda de acordo com Erekat, os esforços palestinos contra o regime nazista estão profundamente enraizados em sua história e seu povo nunca irá se esquecer disso. "Apesar de parecer que o governo extremista de Netanyahu não se lembra". Essas palavras irão aprofundar nossas diferenças em um momento em que uma paz justa e duradoura é mais necessária do que nunca, apontou.
(Com ANSA)
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel(David W Cerny/Reuters/VEJA)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, causou um mal-estar nesta quarta-feira, 21, após declarar que Adolf Hitler não queria "exterminar" os judeus, mas expulsá-los da Europa, enquanto o mufti de Jerusalém, Haj Amin Al-Husseini, foi quem lançou a ideia de uma "solução final" para eles. Segundo Netanyahu, em discurso durante o Congresso Mundial Sionista, al-Husseini disse a Hitler que se fossem expulsos, os judeus seriam levados à Palestina, por isso era precisa matá-los. Questionado, o primeiro-ministro israelense respondeu que não queria absolver o líder nazista, mas mostrar que o pai da nação palestina pediu a destruição do povo hebreu e continua a ser admirado.
Em Israel, o líder opositor Isaac Herzog chamou atenção para a "perigosa distorção" dos fatos e pediu que o premiê "se corrija imediatamente, pois minimiza o Holocausto e a responsabilidade de Hitler nesta terrível tragédia para nosso povo". "Como o filho de um historiador, ele deveria ser mais acurado", disse, acrescentando que "existiu apenas um Hitler". Em entrevista, o diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusalém, Efraim Zuroff, disse que a declaração é "completamente infundada" e que "Hitler não precisava ser convencido por ninguém".
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse que o premiê está querendo mudar a história. Para o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, as declarações são "moralmente indefensáveis e incendiárias". "Netanyahu odeia tanto os palestinos que está disposto a absolver Hitler do assassinato de seis milhões de judeus", apontou.
Ainda de acordo com Erekat, os esforços palestinos contra o regime nazista estão profundamente enraizados em sua história e seu povo nunca irá se esquecer disso. "Apesar de parecer que o governo extremista de Netanyahu não se lembra". Essas palavras irão aprofundar nossas diferenças em um momento em que uma paz justa e duradoura é mais necessária do que nunca, apontou.
(Com ANSA)
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