domingo, 31 de julho de 2016

Ministério Público ameaça banir WhatsApp e Facebook do Brasil

Se empresas não se adequarem à legislação brasileira, podem, em último caso, ter operações suspensas

Henry Milleo/Gazeta do Povo

O WhatsApp e o Facebook estão na mira do Ministério Público Brasileiro e do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, que divulgaram nota técnica nesta quinta-feira (28) alertando para a importância de provedores de internet e aplicativos cooperarem com as autoridades responsáveis no combate à prática de crimes como tráfico de drogas, pedofilia e mesmo terrorismo no país.

As empresas estrangeiras estariam operando em descumprimento à legislação brasileira, inviabilizando investigações. Os bloqueios judiciais temporários são uma espécie de último recurso na tentativa de se chegar a um acordo com as companhias. Se elas não se adequarem, arriscam não poder operar no Brasil.

“Diferentemente do que alegam, as empresas de aplicativos de Internet, como Facebook e WhatsApp, não colaboram de forma plena e efetiva, conforme exigem as leis brasileiras, nem manifestaram real disposição para negociar caminhos efetivos para o fornecimento imediato de dados determinados por ordem judicial. Uma vez que essas empresas se negam a cumprir as normas brasileiras, fica configurada a inadequação do serviço por elas prestado no país”, diz a nota.

“Se uma empresa estrangeira não respeita a legislação brasileira, exauridas todas as etapas de negociação, poderá não mais operar no país. É preciso atender aos requisitos legais já pré-estabelecidos pelo Marco Civil da Internet. É importante preservar a privacidade dos usuários de serviços de internet no país, a legislação garante isso”, explicou o promotor Fabrício Patury, promotor do MP estadual da Bahia.


Entenda como funciona a criptografia do WhatsApp


Recurso garante que conteúdo não seja violado durante o transporte das mensagens, mas não exime o usuário de ter cuidados extrasLeia a matéria completa

De acordo com a procuradora regional do MPF Neide Carvalho, WhatsApp e Facebook, ao contrário do que afirmam, não colaboram com as autoridades e descumprem uma série de exigências da legislação.

Queda de braço

O Facebook, dono do WhatsApp, tem enfrentado várias ações judiciais no Brasil. Nesta semana, a Justiça Federal do Amazonas determinou o bloqueio de R$ 38 milhões das contas da rede social no Brasil em razão de a companhia não ter cumprido decisão anterior – a Justiça mandou a companhia repassar informações sobre cadastros de usuários da rede e também mensagens trocadas no WhatsApp para investigações, porém não foi atendida. O Facebook já afirmou que vai recorrer.

Semana passada, o WhatsApp chegou a ficar bloqueado em todo o país por conta de um pedido semelhante, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, que solicitava que usuários do aplicativo fossem “grampeados” e tivessem as mensagens trocadas pelo app repassadas em tempo real para a polícia.veja também

O bloqueio acabou suspenso por uma determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Em sua decisão, o ministro afirmou que não existem dados e estudos concretos que assegurem a possibilidade de execução da medida determinada pela Justiça carioca.

A polêmica em torno da interrupção do WhatsApp começou em fevereiro de 2015 por causa de uma decisão da Justiça do Piauí, que tentou bloquear o serviço.

Juízes de São Bernardo do Campo (SP) e de Sergipe chegaram a tirar o aplicativo do ar, em dezembro de 2015 e maio deste ano, respectivamente. Nos dois casos, o bloqueio foi revogado depois de decisões de instâncias superiores.


FONTE:
Share:

0 comentários:

Postar um comentário

Faça seu comentário aqui ou deixe sua opinião.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

SUA LOCALIZAÇÃO, EM TEMPO REAL.

Blogger Themes

Total de visualizações de página

Seguidores deste canal

Arquivo Geral do Blog

Minha lista de Sites e Blogs Parceiros

Translate this page

Hora Certa