domingo, 19 de fevereiro de 2017

Rússia leva conceito de NOVA ORDEM MUNDIAL pós-Ocidente à presença de Mike Pence, o vice-presidente dos Estados Unidos




“Os dirigentes responsáveis devem fazer uma escolha. Espero que esta escolha seja por uma ordem mundial democrática e justa”, defendeu em Munique o ministro russo dos Negócios Estrangeiros | Michaela Rehle - Reuters

Na Conferência de Segurança de Munique, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, preconizou este sábado o que disse ser o advento de uma “ordem mundial democrática e justa”, ou “pós-Ocidente”. A ouvi-lo estava o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que, por sua vez, renovou o compromisso de Washington para com a NATO. E o repto aos aliados para que redobrem as despesas militares.

Está a cair, na visão traçada na Alemanha pelo chefe da diplomacia russa, a “ordem mundial liberal” concebida por “uma elite de Estados” do Ocidente. E este é o tempo de fazer “uma escolha”, segundo o guião reproduzido por Serguei Lavrov.Serguei Lavrov dirigiu-se à Conferência de Segurança de Munique poucas horas depois da intervenção de Mike Pence, o vice-presidente norte-americano.

“Os dirigentes responsáveis devem fazer uma escolha. Espero que esta escolha seja por uma ordem mundial democrática e justa. Se quiserem, chamem-lhe o pós-Ocidente”, enunciou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, que trataria ainda de classificar a NATO como um “vestígio da Guerra Fria”.

Quanto aos contactos com a Casa Branca de Donald Trump, Lavrov foi sintético: o que Moscovo pretende é manter “relações pragmáticas de respeito mútuo”.

“O potencial de cooperação nos domínios político, económico, humanitário é enorme, mas terá ainda de ser concretizado. Estaremos abertos a isto na medida em que os Estados Unidos o estiverem”, acentuou.

“Partilhar o fardo”

Na sua intervenção perante a reunião de Munique, que precedeu as palavras de Seguei Lavrov, o vice-presidente norte-americano foi poupado em matéria de relações com a Rússia. E quando falou de Moscovo fê-lo, sobretudo, para mitigar o desconforto entre os aliados ocidentais com as opções conhecidas de política externa por parte da Administração Trump.Questionado sobre as acusações de ingerência, por via de pirataria informática, na campanha eleitoral norte-americana, Serguei Lavrov retorquiu que gostaria de “ver factos”.

“Saibam que os Estados Unidos vão continuar a pedir contas à Rússia, mesmo se procurarmos espaços de entendimento. Como sabem, o Presidente Trump pensa que isto é possível”, afirmou Mike Pence.

O vice-presidente não deixaria, no entanto, de retomar a ideia de que cabe aos aliados dos Estados Unidos reforçarem os respetivos contributos financeiros para a Aliança Atlântica. Leia-se, dedicar os previstos dois por cento do PIB a despesas com a defesa.

A América, afiançou um Mike Pence de voz serena, será sempre “o maior aliado” da Europa. Mas esta terá de respeitar “a promessa de partilhar o fardo”, que continua “por preencher há demasiado tempo”. Desde logo pelos “maiores aliados” de Washington, sublinhou Pence, aludindo a alemães e franceses.

“O Presidente Trump espera que os seus aliados mantenham a palavra. É chegado o tempo de fazer mais”, vincou.Multilateralismo

Na resposta, os interlocutores europeus dos Estados Unidos sustentaram que a estabilidade mundial também depende da ajuda ao desenvolvimento, por contraponto à aposta militar.

Sigmar Gabriel, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, foi um pouco mais longe. Tomando a Grécia como exemplo, perguntou “qual o interesse de atingir os dois por cento [do PIB reservados à defesa] quando não conseguimos pagar as reformas”.

Por sua vez, o homólogo francês de Serguei Lavrov, Jean-Marc Ayrault, recorreu ao Twitter para lamentar o facto de Mike Pence não ter dito “uma palavra sobre a UE”.

Ao abrir a Conferência de Segurança, a chanceler alemã lançara um apelo ao multilateralismo, perante desafios internacionais como a ameaça do jihadismo, ou a crise das migrações. Ao mesmo tempo, Angela Merkel não deixou de pedir “firmeza” na oposição ocidental à política russa para a Ucrânia.






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