Em evento no Palácio do Planalto, representantes de movimentos de luta pela reforma agrária criticaram nesta sexta-feira (1º) a atuação do juiz Sergio Moro e incitaram a invasão de latifúndios no país caso a regularização de terras para assentamentos não avance.
Durante a cerimônia, em que a presidente Dilma Rousseff assinou atos que autorizam a regularização de áreas rurais para a reforma agrária e para comunidades quilombolas, também pediram o combate à bancada dos ruralistas e da bala da Câmara dos Deputados.
"Vamos ocupar as propriedades deles, as casas deles no campo. Vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles. Se eles são capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, vamos incomodar as casas deles, as fazendas e as propriedades deles. Vai ter reforma agrária, vai ter luta e não vai ter golpe", afirmou o secretário de finanças e administração da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Aristides Santos.
Em discurso duro, o coordenador nacional do MST (Movimento dos Sem-Terra), Alexandre Conceição, chamou Moro de golpista e disse que, com sua caneta de magistrado, ele faz "maldades contra o povo brasileiro".
Ele acusou o juiz de ter, há três anos, determinado a prisão de integrantes do movimento social. "O juiz Sergio Moro, esse golpista, prendeu nossos companheiros há três anos sem justificativa.Nós não cometemos crimes, quem comete crime é o latifúndio e o juiz Sergio Moro, que faz com a sua caneta maldades contra o povo brasileiro", disse.
Conceição também chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "bandido" e criticou os veículos de imprensa.
Segundo ele, os meios de comunicação querem o impeachment da presidente para que a população mais rica chegue ao Palácio do Planalto.
"O Palácio do Planalto não pertence a 1% da população brasileira", disse. "Nós vamos ocupar as ruas em defesa de seu mandato, presidente. A senhora é uma mulher honrada e não pode ser julgada por um bandido como o Eduardo Cunha", disse.
Conceição cobrou ainda a liberação de mais recursos para o Incra e para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. "É preciso que haja a recomposição efetiva do Incra e do MDA para que eles possam ajudar a construir um processo de agroindustrialização para que a nossa produção possa ser beneficiada e para que nossa juventude não precise mais sair do campo para viver com drogas nas cidades. O campo precisa ser um lugar excelente", disse.
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