© AFP 2016/ Fernando Brito
Na Argentina, como no México e Na Colômbia, o “narcoturismo” virou mania para promover atrações locais.
“Cayastá, un pueblo que te atrapa” ou, em português, “Cayastá, um povoado que lhe prende” é o novo lema turístico de uma cidade na província de Santa Fe, na Argentina. O aprazível lar de 4.500 habitantes às margens do Rio San Javier, ganhou fama mundial quando a polícia local prendeu os perigosos assassinos Víctor Schillaci e os irmãos Christian e Martín Lanatta, que fugiram duas semanas antes de uma prisão na província de Buenos Aires e eram procurados em todo o país.
Após a prisão, a secretaria de Turismo de Cayastá aproveitou para atrair visitantes. “A ideia saiu das redes sociais”, disse à Sputnik Viviana Agusto, secretária de Governo da região. “Houve uma votação por Twitter e esse lema ganhou. Logo criaram um circuito turístico pelo percurso dos fugitivos, mas isso não foi incentivado por nós porque Cayastá tem outros atrativos para promover”, completa.
Os fugitivos foram condenados em 2014 pelo crime de três empresários farmacêuticos que comercializavam efedrina e outras substâncias químicas com os cartéis mexicanos. Na fuga, percorreram mais de 500 quilômetros sem serem descobertos até que se perderam em Cayastá.
No México, onde Chapo Guzmán foi preso pela primeira vez, em 2014, foram organizados narcopasseios pelos lugares mais famosos. “Naquela época, os taxistas organizaram um passeio que incluía o Hotel Miramar, onde Chapo foi preso, e outros lugares conhecidos de sua vida”, conta à Sputnik Ami Guerrero, jornalista de “El Sol de Mazatlán”.
© SPUTNIK/ VITALY PODVITSKI
El Chapo esteve aqui
O passeio promovido pelos taxistas incluía também o Santuário de Jesús Malverde, o patrono dos narcotraficantes, a ponte onde penduravam os corpos dos inimigos de Guzmán, e o cemitério Jardines de Humaya, onde estão sepultados muitos narcotraficantes.
Os narcopasseios nasceram em Medellín, na Colômbia, onde várias agências realizam roteiros pelos lugares onde viveu Pablo Escobar, poderoso narcotraficante morto em 1993. A Fazenda Nápoles é parada obrigatória para os que viajam de carro de Bogotá até Medellín. “Quando chega à entrada da Fazenda Nápoles, que foi reconhecida como símbolo do sucesso do Cartel de Medellín e de Escobar, você se emociona. A fazenda foi convertida em um destino turístico muito empolgante, dando uma mudança radical a um lugar que no passado foi símbolo do narcotráfico e hoje é um lugar dedicado ao lazer. É muito bonito e recomendo visitar”, diz um viajante no site Tripadvisor.
A Despegar, uma das maiores agências de viagem da América Latina (que no Brasil tem o nome de Decolar), oferecia em 2015 um passeio de quatro horas por US$ 51 que incluía visitas à Fazenda Nápoles, ao Edifício Dallas e à tumba de Escobar com guias em inglês, espanhol e português. O site, contudo, tirou do ar a oferta após receber queixas por fazer propaganda negativa de Medellín.
Segundo o anúncio, o passeio terminava com toque familiar, já que terminava na casa de Roberto, irmão de Pablo Escobar, “que pessoalmente contará histórias sobre sua vida e abrirá a casa para que s=os turistas possam aprender a história da família”, dizia a descrição do passeio antes de este ser removido do site.
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